Brasil

Chefe da Secom nega relação de empresa com distribuição de verbas da pasta

Ao assumir o cargo, Fabio Wajngarten negou ter exercessido atividades em áreas relacionadas a suas atribuições na secretaria

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 14h38.

São Paulo - O secretário especial de Comunicação Social do governo federal, Fabio Wajngarten, afirmou que os dados sobre as atividades da sua empresa, a FW Comunicação e Marketing - que tem contratos com emissoras como Band e Record -, "não têm relação" com a distribuição de verbas da pasta comandada por ele. O secretário admitiu que pensou em deixar o governo federal por causa das suspeitas de conflito de interesses que pairam sobre o seu nome.

Wajngarten deu as declarações em entrevista ao programa Poder em Foco, no SBT, exibida neste domingo, 9. Ele havia sido questionado sobre se teria agido corretamente ao negar, em documento enviado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República em maio de 2019, que, nos 12 meses antes de assumir o cargo, ele ou parentes seus exercessem atividades em áreas relacionadas a suas atribuições na secretaria.

Após reafirmar que preencheu o formulário de forma "verdadeira e idônea", Wajngarten insistiu durante a entrevista que "não há sinergia entre dados de investimento publicitário, inserções publicitárias, veiculação publicitária com distribuição de verba da Secom", referindo-se aos serviços prestados pela FW Comunicação e Marketing. "Partir da premissa de que todo mundo que vem do mercado é criminoso é uma aberração e perseguição política."

A Folha de S.Paulo revelou em janeiro que a empresa de Wajngarten recebe dinheiro de emissoras que passaram a receber mais verbas de propaganda da Secom sob a sua gestão.

Na opinião do secretário, as investigações da Comissão de Ética e do Tribunal de Contas da União (TCU) bem como o inquérito aberto pela Polícia Federal sobre um possível conflito de interesses na sua atuação à frente da Secom vão provar que ele cumpriu a lei.

Sobre ter pensado em deixar o governo, Wajngarten disse que este foi um dos momentos mais difíceis da sua vida, mas que ele "nunca considerou desistir" por ter "muito orgulho" do presidente Jair Bolsonaro. O secretário se vê alvo de "perseguição política".

Ao explicar porque distribuiu mais verbas de propaganda a emissoras que não lideram em audiência, Wajngarten comentou que "adoraria ter orçamento para contemplar todos os veículos", mas, por conta do orçamento "enxuto" concedido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, cumpre o "critério da economicidade". "Há que se buscar obrigatoriamente o valor mais econômico para atingir e investir em todos os meios de comunicação."

Acompanhe tudo sobre:ComunicaçãoGoverno Bolsonaro

Mais de Brasil

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Casos respiratórios graves apresentam alta no Rio e mais 9 estados