São Paulo – Em artigo publicado na edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, confirmou que São Paulo corre risco de entrar em um esquema de racionamento de água caso os índices pluviométricos nos reservatórios não aumente.
“[O racionamento] não é o que a Sabesp tem feito, mas poderá ser forçada a fazê-lo, se continuar a não chover nos lugares certos e nas quantidades necessárias”, escreveu.
Por ora, Kelman afirma que a empresa pretende disponibilizar em seu site os horários de redução de pressão da água para cada local específico. Na semana passada, a Sabesp admitiu, pela primeira vez, que todos os bairros da região estão sendo ou serão afetados pela medida.
Segundo o engenheiro, o consumo de água na região metropolitana de São Paulo é 25% inferior ao que se consumia antes da crise hídrica. Mesmo assim, ele afirma que a capital e cidades do entorno ainda não estão vivendo um esquema de racionamento de água. Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin disse o oposto, mas voltou atrás.
A redução da pressão da água é uma das explicações para o consumo menor do recurso. De acordo com Kelman, a medida visa “diminuir o vazamento das tubulações enterradas no solo” e, assim, evitar a exaustão dos reservatórios.
Ele admite que a alternativa mais indicada seria trocar todas as tubulações antigas, mas, segundo ele, o processo seria demorado. “Existem cerca de 64 mil quilômetros de tubos enterrados na região metropolitana, o equivalente a uma volta e meia em torno da Terra”, afirmou.
“Na crise atual, a Sabesp não tem como prestar o serviço como se a situação fosse de normalidade. Não é sensato brigar com os fatos”, escreveu. Na última quarta-feira, Kelman admitiu que se os níveis pluviométricos continuarem baixos, o Sistema Cantareira pode secar até março deste ano.
“Se não chover, neste cenário atual, o sofrimento da população vai aumentar. Não tem como escapar disso”, disse em entrevista ao SPTV, da Rede Globo.
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1. O custo da ineficiência
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1/28 (Thinkstock/Thinkstock)
São Paulo - De cada 100 litros de água coletada e tratada no Brasil, apenas 63 litros chegam sãos e salvos na casa do brasileiro, em média. O restante fica pelo caminho. É o que mostra dados recém atualizados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento Básico do Ministério das Cidades. Em 2013, ano mais recente com dados disponíveis,
o Brasil perdeu nada menos do que 37% de toda sua água tratada. Ligações clandestinas, vazamentos, obras mal executadas ou medições incorretas no consumo de água são as principais causas da perda de faturamento das empresas operadoras e dos estados. Se o índice assusta, o quadro fica mais tenebroso quando se observa as perdas por estados. Ao todo, 15 unidades federativas têm taxas superiores à média nacional. O caso mais alarmante é o do Amapá, onde as perdas de água tratada chegam a 76%, um desperdício imperdoável para um recurso tão precioso. Confira nas fotos o ranking de perdas de água por estado.
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2. 1. Amapá
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2/28 (Antonio Milena/Veja)
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3. 2. Roraima
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3/28 (Tiago Orihuela/ Prefeitura Boa Vista)
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4. 3. Sergipe
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4/28 (Flickr/Creative Commons)
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5. 4. Acre
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5/28 (Marcos Rosa/Veja)
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6. 5. Rio Grande do Norte
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6/28 (REUTERS/Sergio Moraes)
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7. 6. Pernambuco
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7/28 (Leo Caldas/EXAME.com)
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8. 7. Rondônia
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8/28 (Reprodução/Wilson Dias/ABr/Wikimedia Commons)
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9. 8. Piauí
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9/28 (GettyImages)
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10. 9. Pará
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10/28 (Divulgação/Embratur)
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11. 10. Mato Grosso
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11/28 (Divulgação/ Embratur)
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12. 11. Amazonas
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12/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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13. 12. Alagoas
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13/28 (Ana Paula Hirama/Flickr/Creative Commons)
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14. 13. Bahia
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14/28 (Divulgação/ Prefeitura de Mata de São João)
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15. 14. Maranhão
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15/28 (Divulgação / Secretaria de Turismo do Maranhão)
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16. 15. Rio Grande do Sul
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16/28 (Flickr)
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17. 16. Ceará
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17/28 (Divulgação/Embratur)
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18. 17. Paraíba
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18/28 (Divulgação / Cacio Murilo)
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19. 18. Espírito Santo
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19/28 (Caroline M/Wikimedia Commons)
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20. 19. Tocantins
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20/28 (Divulgação/Prefeitura)
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21. 20. São Paulo
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21/28 (Germano Lüders/EXAME.com)
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22. 21. Santa Catarina
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22/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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23. 22. Minas Gerais
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23/28 (Veja BH/Divulgação)
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24. 23. Paraná
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24/28 (Divulgação/ Prefeitura Campina Grande do Sul)
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25. 24. Mato Grosso do Sul
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25/28 (Reprodução/YouTube)
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26. 25. Rio de Janeiro
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26/28 (Mike Vondran / Flickr Commons)
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27. 26. Goiás
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27/28 (Wikimedia Commons)
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28. 27. Distrito Federal
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28/28 (Divulgação/Embratur)