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Chapecoense avança em negociações para pagar famílias de vítimas

Equipe catarinense teve fim de semana de volta aos gramados e avanços nas negociações sobre pagamento de indenizações

Chapecoense: nas próximas semanas, os parentes dos falecidos vão receber as rendas dos jogos da equipe (Buda Mendes/Getty Images)

Chapecoense: nas próximas semanas, os parentes dos falecidos vão receber as rendas dos jogos da equipe (Buda Mendes/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 08h36.

Chapecó - O fim de semana da Chapecoense marcou o retorno do clube aos gramados e o avanço na negociação com as famílias das vítimas do desastre aéreo de novembro.

Nas próximas semanas, os parentes dos falecidos vão receber as rendas do jogo com o Palmeiras, realizado no último sábado, da partida entre Brasil x Colômbia, na quarta-feira, premiações da última temporada e pertences encontrados no local do acidente, na Colômbia.

"Toda a renda do amistoso com o Palmeiras vai para as famílias depois da dedução dos tributos e encargos. A quantia será transferida para as contas delas", afirmou ao Estado o presidente da Chapecoense, Plínio David de Nês Filho.

"A diretoria não vai faltar em nenhum momento com aquilo que assumiu com os jogadores e, consequentemente, com as famílias", disse o dirigente.

O amistoso de sábado com o Palmeiras teve uma renda de R$ 852.415. O valor é superior à maior arrecadação do time em 2016 (R$ 569,9 mil), obtida na semifinal da sul-americana contra o San Lorenzo.

Na próxima quarta-feira, o jogo entre Brasil e Colômbia, no Rio, também terá a renda líquida revertida para a Chapecoense. Os ingressos para o jogo custam de R$ 70 a R$ 150.

Antes das homenagens prestadas no último sábado às vítimas do desastre aéreo, a diretoria do clube catarinense organizou duas reuniões para detalhar como pretende resolver pendências do acidente.

Na sexta-feira à tarde, houve um encontro com as famílias dos 19 jogadores falecidos. Já na manhã do dia seguinte, a conversa foi com parentes dos 14 funcionários que estavam no voo.

A Chapecoense procurou resolver insatisfações de alguns familiares. "Desfizemos alguns mal-entendidos. As pessoas às vezes imaginam que certas coisas já aconteceram, mas na verdade ainda não aconteceram. Mostramos tudo com a maior transparência possível", disse o presidente, que evitou dar um prazo para a resolução dos problemas.

Familiares de algumas vítimas confirmaram à reportagem a reunião e elogiaram a atitude do clube.

A diretoria nega a possibilidade de utilizar parte dos recursos arrecadados para investir em contratações. "Sob hipótese alguma vamos usar o dinheiro oriundo de eventos com objetivo social para usar em contratações. O recurso para reforços vêm de um orçamento próprio", afirmou o diretor executivo da Chapecoense, Rui Costa.

Em fevereiro, a Chapecoense vai enviar representantes à Bolívia para conversar com a seguradora da LaMia, companhia aérea que transportava a delegação.

Fora o pagamento, o clube quer recuperar objetos pessoais de valor encontrados no local do acidente, nos arredores de Medellín, na Colômbia. Alguns deles chegaram a ser levados por saqueadores.

Nas próximas semanas, a diretoria quer repassar aos parentes os valores recebidos por doações e as premiações da última temporada.

O valor acordado ainda no começo de 2016 por metas alcançadas no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana ainda não foi pago.

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