Dilma Rousseff: o texto cita a saída de dois ministros do gabinete de Temer e a frustração de parte da população com seu governo (Paulo Whitaker / Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 14h10.
Nova York - Menos de um mês depois de Dilma Rousseff ser afastada, uma série de choques políticos aumentou a probabilidade de a presidente voltar ao poder, cenário até então considerado improvável, destaca uma reportagem da revista norte-americana Time publicada nesta quinta-feira, 9.
Para a publicação, o sucesso do presidente em exercício Michel Temer vai depender de sua habilidade de tomar medidas duras e melhorar a economia.
Com o título "Como o aprofundamento da crise no Brasil pode salvar Dilma Rousseff", a Time destaca que uma série de problemas do presidente em exercício, Michel Temer, podem mudar o cenário político do País novamente.
O texto cita a saída de dois ministros do gabinete de Temer e a frustração de parte da população com seu governo, na medida em que a recessão na economia não dá mostras de melhorar.
A Time cita o relatório divulgado esta semana pelo Banco Mundial, que prevê que a recessão brasileira pode se estender por um terceiro ano, chegando também a 2017.
Outro ponto de instabilidade foi o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) de quatro caciques do PMDB, que inclui o ex-presidente José Sarney.
A revista norte-americana destaca que Temer já começou seu governo sendo alvo de críticas ao nomear um ministério formado apenas por homens brancos e ainda incluir em seu gabinete pessoas investigadas por corrupção.
Em seguida foi forçado a abandonar os planos de acabar com o ministério da Cultura e viu dois de seus ministros tendo que deixar os cargos por conta dos avanços das investigações da Operação Lava Jato.
O sucesso de Temer em Brasília, ressalta a reportagem, vai em grande parte depender da habilidade do peemedebista em melhorar a economia, mergulhada na maior recessão desde os anos 30.
Pelo lado positivo, o presidente em exercício tem mostrado maior poder de coalização no Congresso, ao contrário de Dilma.
"Ainda está para ser visto se ele pode unir os partidos políticos fragmentados para fazer escolhas econômicas difíceis, como as da reforma da previdência."
Para a Time, para voltar ao comando do Brasil, Dilma precisa apenas que cinco senadores mudem seus votos e alguns membros da casa têm dado declarações de que vão repensar seus votos.
A reportagem cita declarações do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que afirma que o jogo ainda não foi definido.
Ao mesmo tempo, Dilma tem sido alvo de pesadas acusações, afirma a revista. O artigo cita declarações atribuídas ao empresário Marcelo Odebrecht de que a campanha de reeleição da presidente foi financiada com dinheiro de corrupção, tendo recebido R$ 12 milhões em 2014.
Caso as denúncias se comprovem, Dilma pode ter seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em meio ao caos e incerteza política, os brasileiros parecem dar pouca atenção às Olimpíadas, que começam em menos de dois meses, ressalta a Time.