Produtos da cesta básica: a cesta mais cara continua sendo a de São Paulo (R$ 304,90). (Jorge Araújo/Folha Imagem/Folha de S.Paulo)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 13h18.
São Paulo - Os itens da cesta básica tiveram elevação de preço, ao longo de 2012, nas 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. Em nove cidades, os reajustes superaram os 10%, com as três maiores altas constatadas em Fortaleza (17,46%), em João Pessoa (16,47%) e no Recife (15,26%). Os menores aumentos foram verificadas em Vitória (5,63%), em Porto Alegre (6,32%) e em Goiânia (6,68%).
No último mês do ano, a lista de capitais pesquisadas foi acrescida de Campo Grande, capital de Mato Grosso, cujos dados, no entanto, não foram considerados no levantamento anual. Em dezembro, 15 das 18 localidades apresentaram avanços de preços, com destaque para Goiânia (10,61%), o Rio de Janeiro (3,58%) e Brasília (3,41%). No mesmo período, houve queda nas seguintes capitais: Natal (-2,75%), Vitória (-1,50%) e Aracaju (-0,76%).
A cesta mais cara continua sendo a de São Paulo (R$ 304,90). Em seguida, vêm as de Porto Alegre (R$ 294,37), de Vitória (R$ 290,89) e de Belo Horizonte (R$ 290,88). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 204,06), em Salvador (R$ 227,12) e em João Pessoa (R$ 237,85).
Para custear as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário deveria ter sido R$ 2.561,47, em dezembro, quantia 4,12 vezes o valor em vigor (R$ 622). Em novembro, o mínimo necessário era menor, equivalendo a R$ 2.514,09, ou 4,04 vezes o piso vigente.
A jornada de trabalho necessária para a aquisição da cesta básica foi estimada em 93 horas e 54 minutos, acima tempo calculado no mês anterior (92 horas e dez minutos), mas abaixo do tempo estimado em igual período de 2011 (97 horas e 22 minutos).
Entre os produtos que mais subiram ao longo de 2012 estão arroz, feijão, óleo de soja, manteiga e café. No caso do arroz, destacam-se as correções feitas em Belém (69,01%), em Natal (46,41%) e em Aracaju (46,22%). Essas altas foram provocadas pela redução da área plantada.
Em dezembro, das 18 localidades pesquisadas, dez apresentaram aumento do arroz, como os maiores avanços em Goiânia (12,50%), Salvador (11,32%) e Natal (7,69%). No Rio de Janeiro, a cotação ficou estável e nas demais capitais ocorreram reduções, entre elas João Pessoa (-2,04%), Brasília (-2,03%) e Campo Grande (-1,99%).
O feijão teve alta acima de 20% em todas as cidades pesquisadas ao longo do ano, principalmente em Belém (46,64%), no Rio de Janeiro (44,27%) e em Aracaju (43,33%). O motivo foi a diminuição da oferta do produto em razão do clima adverso.
No último mês de 2012, os preços da leguminosa subiram em 14 das 18 capitais pesquisadas, com destaque para Salvador (9,61%), Fortaleza (7,69%) e Goiânia (5,53%).
A carne bovina teve aumento de preço em oito capitais, número menor do que em 2011, quando houve alta em 15 localidades. Os três maiores reajustes foram verificados em Salvador (10,98%), em Florianópolis (10,04%) e em Aracaju (8,65%). Em dezembro, as altas foram mais expressivas em Goiânia (9,26%), em Florianópolis (8,38%) e em Natal (1,36%).