Brasil

Cervejas e alimentos vão impulsionar vendas em 2011

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, essas categorias são beneficiadas pelo crescimento da renda, sobretudo na classe C

Software faz teste de reflexos em usuários para evitar uso das redes sociais bêbado (Oli Scarff/Getty Images)

Software faz teste de reflexos em usuários para evitar uso das redes sociais bêbado (Oli Scarff/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2011 às 20h28.

São Paulo - As vendas de cervejas, refrigerantes e produtos perecíveis - como queijos, leites e iogurtes - devem liderar a comercialização de produtos nos supermercados em 2011. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, essas categorias são beneficiadas pelo crescimento da renda, sobretudo na classe C, e pelas inovações em produtos por parte da indústria. "A recuperação do poder de compra proporciona à indústria inovar, olhando para a demanda futura dos consumidores", afirmou, em entrevista a jornalistas.

Para 2011, a previsão da Abras é de que as vendas dos supermercados cresçam 4% na comparação com o ano passado. Em 2010, a quantidade de produtos comercializada nos autosserviços avançou 6,7% em relação a 2009, de acordo com levantamento da Nielsen, realizado a pedido da Abras. Esse resultado representou a maior taxa de crescimento desde 2005, quando a pesquisa passou a ser realizada. Em 2009, por exemplo, o volume de vendas nos supermercados avançou 3,2% sobre 2008.

"Em 2011, o volume não deve crescer igual ao ano passado, mas mantemos uma visão otimista quanto à demanda", afirmou. Segundo Honda, a desaceleração do volume comercializado ocorrerá pela redução de ritmo da atividade econômica, incentivada pelo corte dos investimentos dos governos e alta dos juros, assim como pela alta base de comparação com 2010. "O crescimento do emprego vai puxar a massa de rendimentos, garantindo a manutenção das vendas." A Abras prevê que o setor iguale em 2011 a taxa de crescimento de 4% do faturamento real observada em 2010.

Outro fator apontado pelo presidente da Abras para a manutenção do crescimento do volume das vendas está na manutenção dos investimentos por parte da indústria. A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) prevê que o setor ao menos iguale os R$ 16 bilhões destinados ao aumento da capacidade produtiva registrados em 2010. "O mercado de cervejas e refrigerantes ainda tem muito espaço para crescimento, pela estabilidade nos preços, investimentos em marketing e aumento do poder de compra", completou.

Na avaliação de Honda, a desaceleração do ritmo de crescimento na comparação com o ano passado deverá atingir todas as categorias. Em 2010, o segmento de bebidas alcoólicas liderou o aumento do volume de vendas, com incremento de 15,1% em relação a 2009, seguido por bebidas não alcoólicas (+10,8%), perecíveis (+10,4%), limpeza caseira (+5,8%), mercearia salgada (+4,5%), mercearia doce (+4,2%) e higiene e beleza (+3,4%). O menor crescimento ficou com a categoria "outros", puxada por cigarros, cujo aumento foi de 1,1%.

Em termos de produtos, o volume das vendas em 2010 foi liderado pelos queijos, com aumento de 21,7% sobre 2009. Na sequência, aparecem suco de frutas pronto para o consumo (+19,2%), cerveja (+17,8%), salgadinho para aperitivo (+11,4%), pão industrializado (+10,6%), refrigerante (+10,6%), carnes congeladas (+10,5%) e chocolate (+9,4%). Já entre as maiores quedas no período estão purê de tomate (-21,8%), sidra (-18,4%), loção pós barba (-15,1%), rum (-9,8%), além de extrato de tomate (-7,4%) e sabão em barra (-4%).

Preços

Sobre a retração no preço da cesta de 35 produtos mais consumidos nos supermercados em janeiro ante dezembro, que recuou 1%, para R$ 303,97, Honda disse esperar pela "desaceleração nos próximos meses (dos preços)".

Segundo ele, a alta recente dos preços nos supermercados, entre setembro e dezembro do ano passado, teve forte componente de descompasso entre oferta e demanda, sobretudo no caso das carnes. Honda acrescentou que a desaceleração dos preços será puxada também por produtos industrializados.

Acompanhe tudo sobre:bebidas-alcoolicasCervejasConsumo

Mais de Brasil

Após 99, Uber volta a oferecer serviço de mototáxi em SP

Após prever reforma ministerial até dia 21, Rui Costa diz que Lula ainda começará conversas

Fuvest antecipa divulgação da lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular para esta quarta

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas