Três madeireiras do norte do Mato Grosso foram fechadas pelo Ibama (Ana Cotta/ CreativeCommons)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2014 às 17h56.
Cuiabá - O cerco da fiscalização às madeireiras, para impedir a comercialização das toras oriundas dos desmatamentos ilegais detectados em abril deste ano, está provocando aumento do desemprego no norte de Mato Grosso. Por isso, o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais em Mato Grosso (Ibama/MT), Ramiro Martins-Costa, se reúne nesta semana com a direção nacional do órgão em Brasília para propor ações sociais do governo federal na região, como a criação de frentes de trabalho para construção de pontes em estradas vicinais, utilizando madeira apreendida nas operações de fiscalização. Os estoques atuais do Ibama/MT somam 5 mil metros cúbicos de madeira.
Ramiro Martins-Costa afirmou que a iniciativa é importante para gerar oportunidade de trabalho para pessoas sem qualificação profissional, pois as empresas que atuam de forma ilegal estão culpando o governo pelo aumento do desemprego. Segundo ele, o Ibama embargou três madeireiras no norte de Mato Grosso e outras suspenderam as atividades por causa do aperto da fiscalização, que vem sendo feita também pela Polícia Rodoviária Federal, principalmente no transporte noturno. Entretanto, Martins-Costa não tem dados sobre o número de desempregados no Estado.
Martins-Costa diz acreditar que no ano florestal que começou em agosto do ano passado e encerra em julho deste ano haverá continuidade do quadro de redução do desmatamento em Mato Grosso, apesar do repique registrado em abril deste ano, quando o Inpe constatou a derrubada de 40,5 mil hectares de florestas. Ele disse que em maio não foram registradas ocorrências nos níveis observados em abril e a redução do desmatamento deve ser confirmada no próximo levantamento que será divulgado pelo Inpe.
O superintende do Ibama/MT participou hoje pela manhã dos debates de um seminário inédito que está sendo realizado em Mato Grosso, reunindo representantes do setor de base florestal, das ONGs ambientalistas e dos governos federal e estadual, que irão apresentar propostas para aprimorar o sistema de monitoramento e controle florestal em Mato Grosso.