Brasil

Cerca de 300 haitianos vivem ilegalmente na Amazônia brasileira

Conselho Nacional de Imigração decidirá o status dos imigrantes; por enquanto, não há instrução de expulsão

O Ministério das Relações Exteriores ressaltou que a situação dos haitianos não está de acordo com a lei de imigração brasileira (Antonio Milena/Veja)

O Ministério das Relações Exteriores ressaltou que a situação dos haitianos não está de acordo com a lei de imigração brasileira (Antonio Milena/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 18h31.

São Paulo - Cerca de 300 imigrantes ilegais deslocados pelo terremoto que devastou o Haiti no ano passado estão na Amazônia brasileira esperando que as autoridades lhes concedam autorização para permanecer no país, informaram nesta quinta-feira (17/02) fontes oficiais.

O Ministério da Justiça pediu à Polícia Federal que analise os casos dos haitianos e apresente um relatório que sirva como base ao Conselho Nacional de Imigração, organismo que decidirá o status dos imigrantes para, na medida do possível, evitar sua expulsão, informou a Agência Brasil.

Fontes da Polícia Federal afirmaram à Agência Efe que "não existe ainda uma instrução de expulsão" dos haitianos em situação irregular e que a ordem das autoridades, desde 8 de fevereiro, é "recensear e facilitar os trâmites" migratórios por razões humanitárias.

Em 2010, depois do terremoto de 12 de janeiro e diante da grande quantidade de haitianos que chegaram ao país através da fronteira com o Peru e a Colômbia, o Ministério da Justiça autorizou a Polícia Federal a conceder-lhes vistos de refugiados temporários.

No ano passado, o Brasil regularizou a situação de 475 haitianos, mas, apenas nos primeiros dois meses de 2011, o número de pedidos chegou a 294.

O Ministério das Relações Exteriores ressaltou que a situação dos haitianos não está de acordo com a lei de imigração brasileira, que só concede o status de refugiados aos perseguidos por questões de "raça, religião, situação política ou violação dos direitos humanos".

O presidente da Associação Nacional de Estrangeiros e Imigrantes (Aneib), Grover Calderón, disse à Efe que os haitianos que estão na Amazônia "não se encaixam na lei" para receber refúgio, mas ressaltou o Governo deveria agir a favor deles.

"No ano passado, o Brasil concedeu anistia a 45 mil imigrantes ilegais e 400 haitianos a mais não vão provocar um colapso na economia", declarou Calderón.

Segundo ele, "existem normas jurídicas que podem ampará-los, como os vistos especiais temporários por questões humanitárias".

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaDiplomaciaImigração

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto