Câmara: rumores indicam que Centrão só dará apoio ao texto se Temer permanecer isento sobre eleições na Casa (Ueslei Marcelino/Reuters)
Marcelo Ribeiro
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 21h46.
Última atualização em 15 de dezembro de 2016 às 12h49.
Brasília - Após fechar acordo para votar a admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), o Centrão deu sinais de que baixou a guarda momentaneamente e que pode voltar a dar dor de cabeça ao presidente Michel Temer (PMDB) no futuro.
Antes do acordo, o bloco de legendas conservadoras chegou a ensaiar uma traição ao governo ao se alinhar com a oposição na estratégia de obstruir a votação da matéria na CCJ.
O Centrão, porém, se rendeu ao cortejo do governo e decidiu aprovar a admissibilidade do projeto de lei de abuso de autoridade.
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força, afirmou a EXAME.com que, mesmo tendo fechado o acordo com outros líderes partidários, o Centrão não está de acordo com o mérito da matéria.
“Não concordamos com o mérito da reforma da Previdência. Concordamos em aprovar o texto agora, mas depois questionaremos na comissão especial”, disse parlamentar do Solidariedade.
O entendimento foi possível após o governo se comprometer a só instalar após a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara, em fevereiro, a comissão especial que analisará a matéria - passo seguinte à CCJ na tramitação no texto.
Rumores indicam que Centrão só dará apoio ao texto, considerado essencial para que a economia se recupere, se o presidente Michel Temer (PMDB) permanecer isento sobre a disputa do comando das eleições à presidência da Câmara.
O bloco está de olho na vaga e pretende derrubar a candidatura de reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao comando da Casa.