Brasil

Centrão perde apenas o controle sobre a agenda da Câmara

Para especialistas, bloco deve permanecer influente; antiga oposição resgata protagonismo e mira em 2018


	Rogério Rosso (PSD-DF): após derrota, Centrão enfraquece politicamente, mas mantem força numérica
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Rogério Rosso (PSD-DF): após derrota, Centrão enfraquece politicamente, mas mantem força numérica (Ueslei Marcelino/Reuters)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 17 de julho de 2016 às 06h00.

São Paulo - Muito se engana quem pensa que a derrota do deputado Rogério Rosso (PSD–DF) para Rodrigo Maia (DEM–RJ) na corrida pela presidência da Câmara dos Deputados representa um nocaute definitivo para os partidos do Centrão. Enfraquecido pela trajetória decadente do seu principal líder, o ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB–RJ), o bloco perde apenas o controle sobre a agenda da Casa, mas continua expressivo numericamente.

O bloco é composto por 13 partidos: PP, PR, PSD, PRB, PSC, PTB, Solidariedade, PHS, Pros, PSL, PTN, PEN e PTdoB.

Especialistas avaliam que as siglas do bloco permanecerão influentes no ambiente político local. Segundo Murillo de Aragão, cientista político da Arko Advice, o grupo vai manter sua importância dentro do Congresso, mas sai fragilizado da disputa pelo mandato-tampão da Câmara.

“A tendência não é que se acabe o Centrão, mas o bloco deve perder um pouco de sua relevância principalmente se [Michel] Temer tiver sucesso para manter sua base aliada consolidada”, explicou Aragão.

No mesmo sentido, Thiago Vidal, coordenador do Núcleo de Análise Política da Prospectiva Consultoria, acredita que o número de deputados do grupo, que ultrapassa a barreira dos 200, continuará atribuindo importância ao bloco.

“Mesmo tendo perdido a disputa pela presidência da Casa, o bloco ainda continua sendo essencial para que os parlamentares consigam emplacar medidas consideradas essenciais pela equipe econômica do governo Temer”.

Para ele, apesar de ter perdido força política na última semana, o centrão continua robusto, em função de sua importância numérica.

Por outro lado, eles acreditam que a vitória de Maia sobre Rogério Rosso (PSD-DF) possa representar um avanço para os partidos do Centrinho (PSDB, DEM, PPS e PSB). Com o resultado, as legendas ganharam protagonismo e devem participar mais efetivamente do governo do presidente em exercício Michel Temer, do PMDB.

“Tímidos até então, os partidos do Centrinho passaram a representar um novo eixo de poder após a vitória de Maia sobre Rosso”, explicou Vidal. “Esse resultado representou um reequilíbrio de forças na política. O apoio do Centrão continua sendo imprescindível, mas é inegável que o eixo de poder mudou”, completou. Fato é que, com as mudanças do ambiente político, é possível aguardar o Centrinho emplacando um candidato ao comando do Palácio do Planalto em 2018. 

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCongressoEduardo CunhaPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Chega a oito o número de mortes confirmadas após queda de ponte

Edital do Sisu 2025 é publicado; saiba quando se inscrever

Lira convoca reunião de líderes para debater composição da mesa diretora da Câmara em 2025

Tarifa de ônibus em SP deve ficar entre R$ 5 e R$ 5,20