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Censo: estados da Amazônia têm ruas menos arborizadas e capitais do agro são destaque positivo

Segundo a pesquisa 'Características urbanísticas do entorno dos domicílios', do IBGE, 114,9 milhões de brasileiros moram em ruas com pelo menos uma árvore

Agência o Globo
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Publicado em 17 de abril de 2025 às 10h57.

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Mesmo dentro da área da maior floresta tropical úmida do mundo, cidades e estados da Amazônia possuem algumas das piores taxas de arborização urbana do Brasil, mostram novos dados do Censo 2022, do IBGE. Do outro lado, regiões com forte influência do agronegócio, como o interior de São Paulo, o Mato Grosso do Sul e o norte do Paraná, aparecem como destaques positivos.

Divulgada nesta quinta-feira, a pesquisa "Características urbanísticas do entorno dos domicílios", com números do Censo 2022, reuniu estatísticas diversas como pavimentação de vias, iluminação pública, presença de rampas de cadeirantes, ciclovias e arborização urbana. O levantamento só considerou áreas urbanas, portanto abrangeu as residências de 174,1 milhões de brasileiros, 85% da população total, em 5.698 municípios.

Segundo o Censo, 114,9 milhões de brasileiros, 66% da amostra, vivem em vias arborizadas. A metodologia considerou como arborizada a rua que tivesse pelo menos uma árvore de no mínimo 1,70m. A pesquisa ainda categorizou as quantidades uma a duas árvores; três a quatro; e mais de cinco.

Considerando a categoria de pelo menos cinco árvores, o resultado nacional cai drasticamente: apenas 32% da população vivem nessas vias. As piores taxas foram no Acre e Amazonas, onde apenas 10,7% e 13,7% dos moradores das áreas urbanas, respectivamente, estão em ruas com esse nível de arborização. Depois vieram Sergipe (14%), Roraima (14,5%), Alagoas (16,5%) e Pará (16,9%). Dos dez piores resultados nesse critério, cinco são estados da Amazônia Legal.

Na outra ponta do ranking, o Mato Grosso do Sul, cuja economia é liderada pelo agronegócio, tem o melhor resultado: 58,9% dos seus moradores de áreas urbanas residem em vias com mais de cinco árvores. Outros estados com boas taxas são Paraná (49% e 3º maior), Mato Grosso (40,3% e 5º melhor), Goiás (40,2% e 6º melhor) e São Paulo (38,4% e 7º melhor). As únicas Unidades da Federação que superam o mínimo de 50% nesse critério são o Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal (56,44%).

Na classificação dos municípios, o melhor resultado é de São Pedro das Missões (RS), com 99,64% de seus moradores em vias com mais de cinco árvores. Considerando as cidades com pelo menos 100 mil habitantes, o melhor foi Maringá (PR), com 98,6%. Municípios do Centro-Oeste, o interior dos estados de São Paulo e Paraná e o sul de Minas também tiveram destaque, como, por exemplo, Campo Grande (91,4%), Goiânia (89,6%), Campinas (84,5%), Londrina (97,1%) e Uberlândia (91,6%), além do Distrito Federal (84,2%).

Até cidades conhecidas como "capitais do agronegócio", por causa da produção de commodities como soja, milho e cana, tiveram resultados expressivos. Foram os casos de Lucas do Rio Verde (94,48%), Sinop (94%) e Rondonópolis (93,8%), todas no Mato Grosso.

Ao considerar qualquer quantidade de árvore na via — pelo menos uma —, cinco estados da Amazônia continuam figurando entre os dez piores resultados. Mas Sergipe e Alagoas têm as piores taxas e são os estados onde há mais moradores vivendo em vias sem árvore, com 68,2% e 58,2% de suas populações urbanas, respectivamente, nessas condições.

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