Agência de notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 10h49.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2025 às 10h50.
Apesar de ter caído pela metade em 22 anos, o número de brasileiros que não completou nem o ensino fundamental ainda representa 35% da população, de acordo com os dados mais recentes do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira. Ao mesmo tempo, a proporção da população com ensino superior completo praticamente triplicou no mesmo período, subindo de 6,8% para 18,4%.
Essa é a segunda divulgação sobre educação do Censo 2022. Em maio do ano passado, o IBGE publicou as informações sobre alfabetização. Agora, ele apresenta os dados sobre a escolaridade média dos brasileiros. Esse é um questionário amostral, em que participam 10% da população, mas de forma com que seja representativo para todo o país.
A redução do percentual de brasileiros sem instrução ou com ensino fundamental incompleto reflete avanços na busca pela universalização do ensino básico nas últimas duas décadas. Em 2000, quase dois terços da população acima de 25 anos não tinham concluído essa etapa da educação.
Em 2010, esse número caiu para 49,3%, e, em 2022, atingiu 35,2%. No entanto, a distribuição desses avanços não ocorreu de maneira homogênea pelo país. A Região Nordeste continua apresentando a maior proporção de pessoas nessa condição, com 44,6% da população acima dos 25 anos ainda sem instrução ou com fundamental incompleto, enquanto a Região Sudeste tem a menor taxa, de 30%.
As desigualdades educacionais entre os estados também persistem. O Piauí registrou o maior percentual de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, com 49,1% da população na faixa etária analisada.
No outro extremo, o Distrito Federal teve o menor índice, com 19,2%. Em mais da metade dos municípios brasileiros (3.008), a maioria da população com 25 anos ou mais ainda não havia concluído o ensino fundamental.
O crescimento da proporção de brasileiros com ensino superior completo representa um dos avanços mais expressivos do período analisado. Em 2000, apenas 6,8% da população com 25 anos ou mais possuía diploma de graduação. Esse percentual subiu para 11,3% em 2010 e chegou a 18,4% em 2022. Apesar do progresso, o Brasil ainda fica atrás de países desenvolvidos, onde mais de 30% da população adulta têm diploma universitário.
O aumento da escolarização superior foi registrado em todas as regiões do país, embora com ritmos diferentes. O Centro-Oeste apresentou a maior proporção de graduados, com 21,8% da população acima de 25 anos tendo completado o ensino superior, enquanto o Nordeste teve o menor índice, com 13%.
Entre as unidades federativas, o Distrito Federal se destacou com a maior taxa de conclusão do ensino superior, atingindo 37%, muito acima da segunda colocada, São Paulo, que registrou 23,3%. No extremo oposto, o Maranhão teve o menor percentual, com apenas 11,1%.
As diferenças também são visíveis nos municípios com mais de 100 mil habitantes. São Caetano do Sul (SP) lidera o ranking nacional, com 48,2% de sua população adulta possuindo ensino superior completo. Por outro lado, Belford Roxo (RJ) registrou o menor índice, com apenas 5,7%, seguido de perto por municípios como Queimados (RJ) (7,4%), São João de Meriti (RJ) (7,2%) e Francisco Morato (SP) (6,8%).