14/06/2023 Brasília (DF) - Lar dos velhinhos - Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa. Foto Rafa Neddermeyer/Agência Brasil (Rafa Neddermeyer//Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 27 de outubro de 2023 às 10h00.
Última atualização em 27 de outubro de 2023 às 15h05.
A população idosa do Brasil é de 10,9% do total de habitantes, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde 2010, quando foi realizada a última pesquisa, esse recorte da população aumentou 57,4%, maior crescimento já observado desde o início da série histórica iniciada em 1872.
O instituto afirma que o resultado evidencia o envelhecimento da população brasileira. "Esse fenômeno tem como principal indutor a redução do número médio de filhos tidos por mulher, que no Brasil ocorreu de forma progressiva e rápida desde o final da década de 1960, e, em menor medida, devido à redução da mortalidade em todos os grupos etários, incluindo os idosos", aponta o estudo.
Em 1980, o Brasil tinha 4,0% da população com 65 anos ou mais de idade. Em 2022, esse grupo etário têm o maior percentual desde 1872, ano de realização do primeiro Censo Demográfico brasileiro. Já a população de até 14 anos de idade, que era de 38,2% em 1980, passou a 19,8% em 2022.
Ao observar a idade mediana, que significa a idade na qual é possível dividir uma população entre os 50% mais jovens e os 50% mais velhos, o Brasil ficou seis anos mais velhos em relação ao Censo de 2010. Em 2022, a idade mediana era de 35 anos, enquanto em 2010 passou para 29 anos. O estado com a maior idade mediana é o Rio Grande do Sul, 38 anos, seguido de Rio de Janeiro, com 37, e Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, todos com 36.
O número de idosos em relação à população de 0 a 14 anos quase dobrou do último Censo até hoje. Em 2022, o índice de envelhecimento chegou a 55,2, o que significa que há 55 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Em 2010, o número era de 30,7.
Os dados do Censo apontam que o processo de envelhecimento da população não se deu de forma homogênea, com o início da queda de nascimentos acontecendo em diferentes momentos dependendo da região. Enquanto o Norte e Nordeste seguiram com altas taxas de fecundidade, com queda mais acentuada apenas a partir de 1991, o Sul e o Sudeste tiveram quedas sucessivas de nascimentos a partir da década de 1960, antes das demais regiões. Com isso, a população idosa nas duas últimas regiões é maior que o restante do Brasil.
Entre os estados com mais velhos do Brasil, ou seja, com mais proporção de idosos, estão Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com percentuais de população de 65 anos ou mais de idade de 14,1%, 13,1%, 12,4%, respectivamente.
O aumento de idosos e diminuição de crianças são parte da transição demográfica iniciada na década de 1940, quando ocorreu alteração dos altos níveis de mortalidade e fecundidade, para baixos níveis de ambas as componentes demográficas.
As melhores condições sanitárias e avanços na área de saúde diminuíram a mortalidade da população, ao mesmo tempo que a maior urbanização, maior inserção da mulher no mercado de trabalho e avanços no planejamento reprodutivo com uma maior utilização de métodos contraceptivos diminuíram a taxa de nascimento.
"A partir do Censo Demográfico 1991, os nascimentos diminuem de forma constante, alterando o formato clássico da pirâmide etária de um país jovem, para uma pirâmide com o seu meio e topo relativamente mais inchados", justifica a pesquisa.