O ministro Celso de Mello: não é necessária a fixação de prazo (WIKIMEDIA COMMONS)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 05h39.
Brasília - Após sete meses de espera, a Presidência da República indicou Luiz Fux, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF).
A demora na indicação acabou atrasando a solução de casos importantes, como a aplicação da Lei da Ficha Limpa. “A ausência de um ministro no STF pode ter o condão de interferir na proclamação dos resultados”, admite o decano da Corte, Celso de Mello.
O ministro não acredita, entretanto, que a fixação de um prazo para a indicação seja necessária. “Essas são situações tão excepcionais que dispensariam a reformulação do texto constitucional", disse Mello, que lembrou outro caso de demora na indicação.
A situação ocorreu no século 19, no governo de Floriano Peixoto. “Naquele momento, o presidente Floriano Peixoto, insatisfeito e irritado com algumas decisões então proferidas pelo STF, simplesmente retardou as indicações”. A Corte, que tinha 15 ministros à época, chegou a ficar sem sete integrantes.
Segundo Mello, a demora gerou uma crise no STF, que ficou quase três meses sem poder julgar “em virtude dessa crise provocada pela omissão de um presidente da República, Floriano Peixoto”.