O ministro admitiu que o Brasil elevou suas despesas na área militar nos últimos, anos, mas acrescentou que isso não significa que mais investimentos não sejam necessários (Ernesto Benavides/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2013 às 18h07.
Brasília - O Brasil precisa aumentar a porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) que destina à despesa militar do 1,5% atual a pelo menos 2% para poder se aproximar do nível de outros grandes países emergentes, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Defesa, Celso Amorim, em discurso nas comissões de Relações Exteriores e de Defesa do Senado.
Amorim alegou que Rússia, China, Índia e África do Sul, os outros países que integram o fórum dos grandes emergentes conhecido como Brics, destinam à área militar, em média, 2,5% de seu PIB.
Segundo o ministro, um aumento de meio ponto percentual do PIB na despesa militar é uma meta razoável que pode ser atingida em dez anos.
"Temos que ter este referencial. Seria algo razoável para deixar o Brasil num nível compatível com seu status político e diplomático. Eu seria o último a negar a necessidade de mais recursos, mas tem havido um incremento constante", declarou Amorim.
O ministro admitiu que o Brasil elevou suas despesas na área militar nos últimos, anos, mas acrescentou que isso não significa que mais investimentos não sejam necessários.
O orçamento brasileiro para este ano reserva R$ 18,5 bilhões à despesa das Forças Armadas, quase o triplo dos R$ 6 bilhões usados em 2005.
Segundo Amorim, esse aumento permitiu ao Brasil iniciar ambiciosos projetos para reequipar e modernizar suas Forças Armadas, como o destinado a construir no país cinco submarinos, um deles nuclear.
O ministro também mencionou os projetos para a construção de uma corveta e novos navios patrulhas para a Marinha; o desenvolvimento de um novo blindado para o Exército que substitua os antigos modelos Cascavel e Urutu, e a construção do cargueiro militar KC-390 para substituir os Hércules C-130.
Amorim explicou que estes projetos foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que não garante necessariamente mais verbas, mas assegura que não haverá contingenciamento de recursos.
O ministro lembrou que a falta de orçamento paralisou a licitação lançada pelo governo há uma década para adquirir 36 caças-bombardeiros, na qual têm interesse a americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Gripen-NG.
Amorim assegurou igualmente que o Brasil está preparado para garantir a segurança durante os grandes eventos que organizará nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Segundo o ministro, a mobilização das Forças Armadas para os grandes eventos terá início no próximo mês, quando 20 mil militares reforçarão a vigilância durante a Copa das Confederações, e será mantida em julho, quando oito mil soldados velarão pela segurança durante a visita do papa Francisco pela Jornada Mundial da Juventude.