Agência de notícias
Publicado em 27 de agosto de 2024 às 07h08.
Última atualização em 27 de agosto de 2024 às 07h12.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara pautou para a sessão desta terça-feira, 27, um pacote de quatro medidas que podem restringir a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A possibilidade de votação das medidas ocorre depois do acordo entre os poderes em relação às emendas parlamentares, na última semana. O fato de os projetos serem votados na CCJ, entretanto, não implica na possibilidade de haver votação sobre os temas no plenário da Casa. A CCJ é presidida pela deputada bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC).
Uma das Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que está prevista é a que dá aos congressistas o poder de suspender decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto, que estava parado desde o ano passado, havia sido enviado à CCJ pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após o ministro Flávio Dino, do STF, suspender a execução de recursos via emendas. Nos bastidores, comenta-se que as chances de Lira colocar esta PEC à frente, depois do acordo alinhavado, é "remota". O texto prevê que o Congresso possa suspender decisões da Corte quando considerarem "que exorbita do adequado exercício da função jurisdicional e inova o ordenamento jurídico como norma geral e abstrata".
Outra PEC pautada é a chamada "PEC das Decisões Monocráticas". Esta já foi aprovada pelo Senado no ano passado, mas estava parada da Câmara até o embate com o STF. A proposta é uma demanda antiga de parlamentares bolsonaristas, que queriam limitar o poder de alcance do Judiciário. Para esta PEC, o líder da oposição na Câmara, o deputado Filipe Barros (PL-PR) já foi designado relator do texto.
Completam o pacote apresentado pela CCJ dois projetos de lei com o mesmo objetivo: tipificar como crime de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal possível "usurpação de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo".
O ministro do STF, Flávio Dino, afirmou na quarta-feira, 21 de agosto, que o acordo fechado entre os três Poderes sobre emendas traz “balizas” para serem seguidas, mas ressaltou que ele ainda dará uma nova decisão no caso e que, no fim, haverá um julgamento no plenário da Corte.
Dino, que é o relator de um conjunto de ações envolvendo emendas, afirmou que analisará o caso novamente após o prazo de 10 dias para o Executivo e o Legislativo definirem alguns pontos. Depois disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Procurador-Geral da República (PGR) poderão se manifestar, antes do julgamento.