(Ingrid Anne/Fotos Públicas)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 10 de novembro de 2020 às 20h18.
Última atualização em 10 de novembro de 2020 às 20h20.
O sistema do Ministério da Saúde que concentra todas as informações de casos e de mortes por covid-19 apresenta problemas desde o dia 6 de novembro. A plataforma é alimentada por estados e municípios, que relatam dificuldades em preencher os relatórios diários.
Por conta disso, várias unidades de saúde não conseguem atualizar o balanço, causando um apagão de dados há cinco dias. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul são os estados mais afetados.
O Ministério da Saúde reconheceu que há problemas no sistema e que ainda trabalha para restaurar a comunicação. Garantiu também que após a volta do sistema, a atualização será feita com os dados que ficaram represados.
Mesmo sem o balanço dos estados com o maior número de casos e de óbitos, o Brasil tem 162.842 mortes e 5.701.283 infecções confirmadas de covid-19, segundo levantamento dos veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgado nesta terça-feira, 10.
O balanço, atualizado às 20 horas, mostra que no período de um dia foram registradas 204 vítimas e 25.517 testes reagentes para o coronavírus.
Os dados são compilados pelo consórcio de imprensa que reúne UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.
A média móvel, que contabiliza o número de óbitos da última semana, é de 328, uma queda de 24%, se comparado com 14 dias atrás.
No fim da noite de segunda-feira, 9, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a suspensão da fase de testes da vacina contra a covid-19, desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria o laboratório chinês Sinovac, em decorrência de um “evento adverso grave”. Mais tarde foi confirmado que se tratava da morte de um voluntário.
O presidente a Anvisa, Antônio Barra, disse que a interrupção foi determinada porque os dados recebidos por parte do Butantan estavam incompletos e insuficientes.
O diretor-presidente do instituto, Dimas Covas, afirmou que recebeu com surpresa a decisão da Anvisa e que o evento adverso grave que aconteceu com o voluntário que tomou a vacina contra a covid-19 no teste clínico não tem relação com a imunização.
Dimas Covas disse que os documentos foram enviados à Anvisa no dia 6 de novembro, sexta-feira da semana passada, e que não havia necessidade de interrupção.
A Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que também avalia se a fase clínica pode continuar, defendeu a manutenção dos testes da vacina contra a covid-19.
Em entrevista à EXAME, o coordenador da Conep, o médico Jorge Venâncio, disse o evento adverso grave não seria uma justificativa plausível para interromper os testes. Também esclareceu que o intervalo entre a segunda dose aplicada no voluntário o evento foi de 24 dias.