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Caso Marielle: Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são condenados

Réus confessos, eles foram sentenciados após 2.423 dias do crime

Caso Marielle: ex-policiais são condenados após mais de seis anos (//Divulgação)

Caso Marielle: ex-policiais são condenados após mais de seis anos (//Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 31 de outubro de 2024 às 18h29.

Última atualização em 31 de outubro de 2024 às 18h37.

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O Conselho de Sentença do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou nesta quinta-feira, 31, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes. Réus confessos, eles foram sentenciados após 2.423 dias do crime. As penas ainda não foram anunciadas pela juíza Lucia Glioche, que preside o 4º Tribunal do Júri.

"A sentença lida agora talvez não traga aquilo que se espera da Justiça. Talvez justiça fosse Marielle e Anderson presentes. Dizemos que vitimas do crime de homicídio são auqeles que ficam vivios precisando sobreviver sem a vida daquele que foi arrancado de seu cotidiano", disse a juíza na sentença.

"A sentença que será lida agora se dirige aos acusados aqui presentes e aos vários Ronnies e Élcios que existem na cidade do Rio livres por aí", completou a magistrada.

Como foi o julgamento

O júri durou dois dias. Nesta quinta-feira, os promotores do Ministério Público, os advogados da assistência de acusação e da defesa dos réus defenderam suas teses aos jurados. O MP pediu a condenação máxima de 84 anos por todos os crimes que Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz respondem.

O promotor de Justiça Fábio Vieira classificou como "farsa" o depoimento de Lessa e Élcio diante do júri, na noite desta quarta-feira, e afirmou que os réus não estão arrependidos, mas sim tristes por terem sido pegos. Os promotores do Ministério Público também destacaram o sangue frio com que o ex-PM relatou o crime.

"Na verdade, eles não estão com sentimento de arrependimento, estão com uma tristeza de terem sido pegos. Estão arrependidos? Não. Porque isso vai beneficiá-los de alguma forma. Isso é uma característica do sociopata. Ele não tem emoção em relação aos outros, não tem sentimento, não valores, não tem empatia", afirmou Fábio Vieira.

A defesa de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz

O advogado de Ronnie Lessa destacou a importância da delação dada por ele, na qual indicou Chiquinho e Domingos Brazão como os mentores.

"Se não fosse a colaboração de Ronnie Lessa, nunca teriam chegado. Ronnie não confiava nas instituições do Rio de Janeiro. Ele tinha um certo temor em falar essas questões e, evidentemente, isso não ser levado para frente. No julgamento de hoje, eu peço a condenação de Ronnie Lessa, mas que ele seja condenado de uma forma justa. Que ele responda à medida de sua culpabilidade", afirma o advogado Saulo Carvalho.

Já os defensores de Élcio de Queiroz buscam reduzir a pena do réu confesso defendendo que ele não tinha conhecimento prévio do crime ou a motivação para o homicídio. Segundo a advogada, Queiroz acreditava que apenas Marielle seria morta por Lessa ser um "exímio atirador", e não que poderiam haver outras vítimas.

"Que seja condenado na medida de sua culpabilidade. Ele assumiu os fatos, ele narrou os fatos, fala a verdade, o que é obrigatório porque, se não, o acordo pode vir a ser cancelado. Ele tem compromisso de falar a verdade. Mas ele tem que ser responsabilizado de acordo com a sua culpabilidade", disse Ana Paula Cordeiro.

*matéria em atualização

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