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Casal encontrado morto no Maksoud teria feito pacto de morte

O rapaz teria dado um tiro na cabeça da namorada e, em seguida, se matado

Casal encontrado morto no Maksoud Plaza teria feito "pacto de morte" (Polícia Civil/Reprodução)

Casal encontrado morto no Maksoud Plaza teria feito "pacto de morte" (Polícia Civil/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de abril de 2017 às 08h39.

Última atualização em 19 de abril de 2017 às 12h42.

São Paulo — Um casal apaixonado que reatou um relacionamento de dois anos decide fazer um pacto e acabar com as suas vidas no quarto de um hotel de luxo na região central de São Paulo.

Esta é uma das principais linhas da investigação da polícia para explicar a morte dos estudantes Luis Fernando Hauy Kafrune, de 19 anos, e Kaena Novaes Maciel, de 18.

Segundo as investigações, o casal se hospedou no Maksoud Plaza, na Bela Vista, no domingo passado. O rapaz teria dado um tiro na cabeça da namorada e, em seguida, se matado.

Policiais militares e peritos criminais informaram que a porta do quarto teve de ser arrombada e uma mesa colocada como barricada dificultou a entrada dos agentes.

A arma estava em uma das mãos de Kafrune. Os dois estavam deitados de lado na cama e havia muito sangue no local.

Os peritos não encontraram sinais de agressão nos corpos e apreenderam diários e agendas com conteúdo que sugere um pacto entre o casal. Em uma das cartas consta uma espécie de roteiro "para aproveitar a morte".

Em uma delas, Kaena escreveu: "Sei que estou fazendo todos sofrerem, mas isso é necessário para que eu pare de sofrer, obrigada por tudo que vocês fizeram por mim".

O Maksoud Plaza informou que está colaborando com as investigações e cedeu à polícia imagens das câmeras de segurança que mostram o casal passando pela porta giratória.

O jovem está de mochila e Kaena segura um chapéu de papelão em forma de coroa de uma rede de lanchonetes.

Celular

Investigadores do 5.º DP (Aclimação), responsáveis pelo caso, apuraram até agora que a arma do crime - uma pistola calibre 380 - pertence ao padrasto de Kaena, que é policial civil aposentado.

Ele disse na delegacia que, no domingo pela manhã, os dois foram até a sua casa, no Jardim Morumbi, zona sul, e disseram que iriam passear em um shopping.

Assim que o padrasto foi à padaria, o casal saiu e levou a arma. Ao retornar, o policial não encontrou ninguém na residência.

O padrasto da jovem acionou, então, um aplicativo para rastrear o celular dela. O programa indicou que o aparelho estava no Maksoud Plaza.

O pai de Kafrune foi avisado e entrou em contato com o hotel, que confirmou a hospedagem do casal. Depois de várias tentativas de chamar os jovens, os funcionários decidiram arrombar a porta, após a chegada do pai e do padrasto.

Doce

No Facebook, amigas de Kaena a descrevem como uma "garota doce", divertida e preocupada com os outros. Audrey Graziadei deixou um depoimento triste. "Quem vai me fazer me sentir bem, até quando não tem como mais se sentir bem? Quem vai estudar comigo depois da aula? Ninguém vai, nada vai ser igual sem você. Você é insubstituível."

As amigas contam que Kaena tinha interesse em animes (até carregava um dicionário em japonês), dança e kpop (música coreana).

E estava estudando para prestar o concorrido vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Kafrune cursava o terceiro ano do Curso de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP).

O Estado não conseguiu localizar os familiares do casal para comentar as mortes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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