Gilberto: "Não devo nada. Acho importante para que possa de uma vez sanar essa dúvida" (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2015 às 12h12.
Cuiabá - O ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência Gilberto Carvalho disse achar "natural" ser ouvido pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato e que recebe o pedido "com tranquilidade".
"Não devo nada. Acho importante para que possa de uma vez sanar essa dúvida que surgiu a partir da fala de um delator", afirmou neste sábado. Na CPI da Petrobras, durante acareação realizada entre o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, em 25 de agosto, o ex-diretor de Abastecimento disse que o Planalto sabia do esquema de desvios dentro da empresa.
Carvalho esteve em Cuiabá para o lançamento da Frente Brasil Popular em Mato Grosso, no Sindicato dos Professores. Para ele, existem três razões para que se sinta à vontade com o interrogatório.
A primeira, o fato de ver a "Justiça brasileira, as instituições estarem funcionando". "Só espero que as investigações continuem de maneira imparcial e não dirigida e que cessem os vazamentos criminosos que são feitos não sei por quem, mas que servem para, pinçando declarações desse ou daquele, atacar sempre o mesmo lado".
Ele disse ainda não ver "nada sobre o financiamento das empresas da Lava Jato para a campanha do Aécio, que descobrimos, recentemente, foi maior do que o financiamento para a campanha da Presidenta".
"Desejo que essas investigações vão até o final pra conseguir de fato extirpar a corrupção no País", afirmou. Para Carvalho, "é necessário que se estabeleça uma equanimidade de tratamento e que todos os fatos sejam rigorosamente apurados".
O delegado da Polícia Federal Josélio Sousa pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal para que Carvalho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais, governo Dilma Rousseff) e José Dirceu (Casa Civil, governo Lula) sejam ouvidos num dos inquéritos da operação Lava Jato que apura se houve "formação de uma organização criminosa na Petrobras para desvio de dinheiro público e pagamento de propina a políticos".
Consta no pedido que "o ex-presidente (Lula) pode ter se beneficiado, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base e apoio partidário sustentada às custas de negócios ilícitos na Petrobras".
O relator do caso Leva Jato no Supremo, Teori Zavascki, autorizou nesta sexta-feira, 2, a oitiva dos nomes apontados pela Polícia Federal. O ministro disse que a PF pode colher depoimento de Lula como "informante" nas investigações do esquema de corrupção da Petrobras.