Palocci: "Há alguns meses decidi colaborar com a Justiça", afirma Palocci (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de setembro de 2017 às 21h11.
Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 22h35.
São Paulo - "Continuo a apoiar a proposta de leniência ao PT." Assim, o ex-ministro da Fazenda do governo Lula e da Casa Civil de Dilma Rousseff, revela uma discussão interna do PT para que a legenda buscasse um acordo de leniência (espécie de delação premiada para pessoas jurídicas) na Operação Lava Jato.
Absolvido pela segunda vez nesta terça-feira, 26, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) dos processos da Lava Jato, João Vaccari Neto é citado por Palocci na histórica "carta ao PT" como autor da proposta de leniência do partido levada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Há alguns meses decidi colaborar com a Justiça", afirma Palocci, que virou réu confesso da Lava Jato no dia 6 de setembro, quando incriminou Lula em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro.
"Há pouco mais de um ano tive oportunidade de expressar essa opinião de uma maneira informal a Lula e Rui Falcão, então presidente do PT que naquela oportunidade transmitia uma proposta apresentada por João Vaccari, para que o PT buscasse um processo de leniência na Lava Jato", escreve Palocci em sua carta ao Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, dessa terça-feira, 26.
Preso há exato um ano, Palocci redigiu a carta de quatro páginas ao partido, depois de ser alvo de suspensão em decorrência de suas revelações de crimes na Lava Jato.
Palocci pediu a desfiliação do partido e voltou a confirmar pedido de propinas feito por Lula, em negócios da Petrobras para construção de sondas de exploração marítima de petróleo para os campos do pré-sal.
O PT é apontado como principal partido do esquema de indicações políticas na Petrobras, alvo da Lava Jato, que contava ainda com PMDB e PP.