Lobão Filho (PMDB-MA): agentes federais teriam revistado aeronave, automóveis e integrantes da comitiva do peemedebista (Wilson Dias/Abr)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 22h12.
Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encaminhou ofício à Polícia Federal determinando "apuração rigorosa" de operação de busca no avião do candidato peemedebista ao Governo do Maranhão, Edison Lobão Filho, realizada no interior maranhense.
O tipo de apuração será decidida pela própria Polícia Federal.
A abordagem da PF foi realizada no aeroporto da cidade de Imperatriz, a cerca de 600 quilômetros de São Luís, quando o senador se preparava para cumprir agenda de campanha ao governo do Estado.
Agentes federais - que estariam seguindo uma denúncia anônima - teriam revistado a aeronave, os automóveis e os integrantes da comitiva do peemedebista, em busca de recursos ilegais de campanha. Nada de irregular foi encontrado.
Cardozo se reuniu no final da tarde com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, para tratar do assunto. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também estava na reunião.
Durante o dia, coube a Mercadante tentar contornar a situação junto ao PMDB, que estava profundamente irritado com a ação da PF.
Foi Mercadante quem conversou com o vice-presidente e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, para assegurar que o episódio seria averiguado. Temer chegou a divulgar uma nota, como presidente do partido, repudiando a ação da Polícia Federal.
Segundo informações obtidas no governo, a suposta operação teria sido desencadeada no próprio Maranhão, sem um ordem de Brasília.
Por isso mesmo, o Palácio do Planalto está investigando para saber quem determinou que delegados e policiais federais deflagrassem um processo de busca e apreensão sem ordem judicial.
O problema causou um grande mal-estar entre os peemedebistas, que estão considerando o episódio "inaceitável".
Ministros consultados pelo Estado classificaram o ocorrido como "um exagero" e concordaram com a nota do PMDB, já que não existia um mandado judicial que justificasse tal ação.
O governo quer evitar problemas com o principal aliado do Planalto exatamente na reta final do primeiro turno das eleições e diante de um segundo turno duro e imprevisível a ser enfrentado.