Brasil

Cardozo diz que não haveria razão para blindar o Cade

O ministro da Justiça disse ter havido uma confusão entre as investigações feitas pelo Cade e pela PF sobre o cartel no transporte de trens em São Paulo


	A CCJ do Senado ouve, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: "fica evidente que ninguém quis e não haveria razão de fazer uma operação para blindar o Cade", disse
 (Wilson Dias/ABr)

A CCJ do Senado ouve, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: "fica evidente que ninguém quis e não haveria razão de fazer uma operação para blindar o Cade", disse (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 13h23.

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira, 03, em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que atuou conforme seu dever como ministro ao encaminhar documentos contendo denúncias de corrupção contra políticos e formação de cartel no transporte de trens de São Paulo e em Brasília.

A audiência no colegiado transcorre sem o propalado clima beligerante desde a semana passada. A oposição chegou a pedir a demissão do ministro, sob a acusação de usar a apuração para abafar as prisões do mensalão. Em resposta, o ministro disse que iria processar quem o caluniou.

Cardozo disse que, em maio, recebeu em sua casa em um final de semana o deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), que lhe entregou denúncias apócrifas sobre o caso.

O ministro disse ter encaminhado os documentos para a avaliação do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, que também está presente na audiência da CCJ do Senado. Cardozo não quis falar sobre o conteúdo dos documentos, que alega estar sob sigilo.

Segundo o ministro, ao mesmo tempo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão também vinculado ao Ministério da Justiça, apurava em um procedimento administrativo denúncias de formação de cartel no metrô. Ele disse que a Siemens firmou um acordo de leniência com o órgão no qual reconheceu ter praticado condutas irregulares.


Cardozo disse ter havido uma confusão entre as investigações feitas pelo Cade e pela PF. Em julho, segundo o ministro, o Cade estava prestes a fazer uma busca e apreensão, parte das investigações, e que seriam realizadas, como de praxe, pela Polícia Federal.

As duas instituições começaram a trocar informações, o que levou um delegado da PF a acreditar, de forma equivocada, que a apuração havia iniciado no Cade. O Conselho, contudo, já investigava o caso há algum tempo, bem como a PF, que abriu um primeiro inquérito sobre o caso em 2008.

O ministro disse que, após a confusão ter sido resolvida, houve a busca e apreensão pelo Cade e a investigação prosseguiu novamente. "Fica evidente que ninguém quis e não haveria razão de fazer uma operação para blindar o Cade", disse.

Cardozo afirmou considerar "absolutamente ruim" o vazamento de informações sigilosas. Segundo ele, essa prática pode atingir a imagem de pessoas que "podem não ter absolutamente nenhuma ligação com os fatos".

Acompanhe tudo sobre:CadeCartelMinistério da Justiça e Segurança Pública

Mais de Brasil

'Ônibus elétrico custa uma fábula e não deveria pegar trânsito', diz representante das empresas

PGR defende que Collor vá para prisão domiciliar

Dino suspende pagamento de emendas parlamentares de saúde sem conta bancária específica

Oposição formaliza pedido de CPI do INSS com 184 assinaturas e aumenta pressão pela saída de Lupi