Cardozo: ministro recebeu nesta manhã o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 15h37.
Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou na tarde desta quarta-feira, 25, que "jamais" deixará de receber advogados que o procurarem.
Recentemente envolvido em uma polêmica por receber no Ministério da Justiça advogados da Odebrecht para tratar de assunto relativo à Operação Lava Jato, Cardozo recebeu nesta manhã o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o tema.
"Eu, como ministro da Justiça, jamais deixarei o pedido de atender advogados, juízes, promotores ou defensores. É nosso dever, dever legal. Se há pessoas que ainda não ajustaram suas mentes ao estado de direito cabe a nós lutar para que isto ocorra", afirmou Cardozo.
Questionado, ele disse não ter previsão em sua agenda de receber outros advogados para tratar da Operação Lava Jato.
O ministro aproveitou para dizer que já recebeu também, no período em que está à frente da pasta, integrantes do Ministério Público que pediram apoio em investigações de situações de corrupção nos estados.
"Os recebi, acolhi os pedidos e, ao receber pessoas do Ministério Público, várias operações da Polícia Federal foram realizadas. Dentro evidentemente das regras legais", disse o ministro.
Além do presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Coêlho, outros 12 representantes da classe tiveram uma audiência com Cardozo nesta manhã.
"Já imaginei que teriam polêmicas como ministro da Justiça, mas jamais pensei que eu teria, no século XXI, que polemizar sobre o fato de se uma autoridade deve receber advogados ou não", afirmou o ministro.
O presidente da OAB afirmou ter ido ao Ministério dizer a Cardozo que a "a advocacia brasileira compreende que autoridades públicas que recebem advogados estão cumprindo a lei, estão tão somente cumprindo a lei federal que é o estatuto da advocacia", afirmou.
Ontem, Cardozo teve reuniões com a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que defenderam a independência do Judiciário e a preocupação com interferência política na esfera judicial, mas manifestaram apoio ao ministro sobre o encontro com advogados.
Petrobras
O ministro da Justiça evitou comentar o rebaixamento da nota de crédito da Petrobras, dizendo que "foge ao Ministério da Justiça" comentar o assunto.
"Peço que dialoguem com o Ministério da Fazenda e outros setores, já tenho problemas demais na minha pasta para tentar debater outros que fogem à minha competência", respondeu de forma bem humorada, ao ser questionado sobre o assunto.