José Eduardo Cardozo: "Eu pedi informações, a Polícia Federal está ouvindo as autoridade policias que participaram do episódio para me fazer um relatório", disse (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2015 às 14h09.
Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta segunda-feira, 16, que conversa "habitualmente" com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cardozo confirmou que falou com ele recentemente, após o episódio em que a Polícia Federal levou à noite, após a festa de aniversário do ex-presidente, uma intimação para que filho de Lula prestasse depoimento.
Disse apenas, entretanto, que a conversa foi sobre "conjuntura". "Eu conversei com ele, falamos dos problemas em relação a conjuntura política e em relação a questões do momento que o País vive", comentou.
O ministro reforçou que já pediu informações à Polícia Federal sobre o episódio envolvendo Luís Claudio Lula da Silva, que foi intimado a prestar depoimento no escândalo das compras de Medida Provisória às 23 horas, o que Cardozo considerou "fora do procedimento usual".
"Eu pedi informações, a Polícia Federal está ouvindo as autoridade policias que participaram do episódio para me fazer um relatório. Se, eventualmente, ficar comprovado que houve comportamento irregular ou alguma ilegalidade, determino abertura de inquérito policial ou processo disciplinar", destacou nesta segunda-feira.
Cardozo disse ver como naturais as críticas que recebe por sua atuação na Pasta e que tem "absoluta tranquilidade" com sua conduta.
"Sou isonômico (também nas críticas). Não são só setores do PT que me criticam, setores da oposição também me criticam", disse.
Ele destacou ainda que a Polícia Federal tem que agir com autonomia e que o ministro da Justiça deve intervir apenas quando há abusos. "Esse é o meu papel", afirmou.
"É natural na vida política, quando você tem investigações, que as pessoas, ou por se sentirem injustiçadas, ou como tese de defesa, busquem construir publicamente suas versões."
O ministro repetiu que não controla as investigações nem as direciona para isentar "amigos" ou punir "inimigos".
"A postura que o ministro da Justiça deve ter é de respeito a lei, é de impessoalidade das investigações, esse é o meu papel", reforçou.