EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 15h57.
Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, descartou nesta terça-feira o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com investigados na operação Porto Seguro, que revelou um esquema de pareceres ilegais envolvendo funcionários de órgãos federais, entre eles a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha.
Segundo ele, Rosemary tentava usar uma suposta proximidade com Lula para ajudar o comando da quadrilha identificada pela Polícia Federal. Ela integrava o governo desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula.
"Imaginar que o (ex) presidente Lula estivesse por trás disso está, a meu ver, desmentido por aquilo que eu vi, e a Polícia Federal não tem nenhuma dúvida sobre isso. O ex-presidente Lula não estava envolvido", afirmou Cardozo na Comissão de Segurança Pública da Câmara, à qual compareceu para prestar esclarecimentos sobre a Porto Seguro.
A operação resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão em órgãos do governo federal e no escritório da Presidência da República em São Paulo e na detenção de três pessoas.
Também foram indiciadas 18 pessoas, entre elas a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo e o advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, acusados de envolvimento em um grupo que obtinha pareceres técnicos fraudulentos, vendidos a empresas interessadas. Os dois foram exonerados dos seus cargos.
Outros órgãos que sofreram buscas foram o Ministério da Educação, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Águas (ANA), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.