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Capitais devem eleger mais prefeitos de centro-direita

OPINIÃO| Agora, dois anos depois, estamos a cerca de três meses das eleições municipais, e o cenário ideológico do Brasil continua mostrando uma centro-direita e uma direita com fôlego

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Publicado em 30 de julho de 2024 às 13h39.

Última atualização em 30 de julho de 2024 às 13h44.

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Em 2022, o Brasil elegeu Luiz Inácio Lula da Silva pela terceira vez. A derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro foi causada principalmente por uma série de erros em sua campanha e por um mandato repleto de confusões e polêmicas, que acabaram cansando o eleitor menos polarizado, especialmente no Sudeste do Brasil. Foi justamente nesta região que Bolsonaro mais perdeu votos. Nos quatro estados do Sudeste, Bolsonaro viu seu eleitorado diminuir em todos: de 63% para 58% no Espírito Santo; de 58,2% para 49,8% em Minas Gerais; de 67,9% para 56,5% no Rio de Janeiro; e de 67,9% para 55,2% em São Paulo.

A derrota de Bolsonaro não resultou em uma acentuada redução na rejeição do atual presidente Lula. Na verdade, o ex-presidente Bolsonaro cristalizou uma rejeição ainda mais intensa ao seu redor.

Parte dessa polarização é explicada pelo fenômeno que a ciência política chama de "negative partisanship", onde uma parte do eleitorado se identifica mais pelo que rejeita do que pelo que apoia. A eleição de Lula não significou uma mudança ideológica no Brasil. Não foi uma vitória ancorada em saudade ou nostalgia pelo PT, mas sim pelo cansaço e maior rejeição ao bolsonarismo.

Isso ficou evidente no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas eleições para Governos de Estado, onde a fragilidade eleitoral da esquerda foi clara. Isso foi especialmente perceptível nas votações majoritárias, como Governos de Estado e Senado, onde o embate da polarização fica mais evidenciado.

Agora, dois anos depois, estamos a cerca de três meses das eleições municipais, e o cenário ideológico do Brasil continua mostrando uma centro-direita e uma direita com fôlego. A esquerda, pouco oxigenada, ainda depende muito do seu maior expoente, Lula, e parece pouco capaz de criar novas lideranças. E, quando cria, é fora de seu principal partido, o PT.

Analisando os embates nas capitais, fica claro que o resultado final deste ciclo será mais positivo para partidos de centro, centro-direita e direita. União Brasil, PSD e MDB disputam qual legenda elegerá o maior número de prefeitos nas capitais. O União Brasil deve eleger pelo menos cinco prefeitos em capitais, o PSD quatro e o MDB também quatro. Destaque para a competitividade desses partidos em importantes centros, como Salvador (Bruno Reis - União Brasil), Rio de Janeiro (Eduardo Paes - PSD) e São Paulo (Ricardo Nunes - MDB). Já o Republicanos, partido evangélico, lidera em Belo Horizonte com Mário Tramonte e em Vitória com Lorenzo Pazolini.

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, é favorito em Aracaju (Emília Corrêa), Belém (Éder Mauro) e Maceió (JHC). O partido também é competitivo em Palmas e Rio Branco. Já seu principal antagonista, o PT, não lidera em nenhuma capital, apesar de ser competitivo em Goiânia, Porto Alegre e Teresina. A esquerda tem competitividade em cidades relevantes, como São Paulo com Guilherme Boulos (PSOL) e Recife com João Campos (PSB).

A vantagem do PL sobre o PT nas capitais não é novidade, já que no segundo turno da eleição presidencial de 2022 Bolsonaro venceu em 16 capitais. Lula, mesmo vencendo Bolsonaro, foi vitorioso em 11.

Os números atuais e o resultado em outubro servem de alerta ao PT. Embora esteja no poder e com uma popularidade razoavelmente confortável, o futuro é incerto e os desafios são imensos. Não há dúvida de que Lula será competitivo em 2026. Seu carisma pessoal, a força da máquina pública e a polarização do país garantem sua competitividade. No entanto, será uma eleição dura e perigosa, e não apenas a presidencial. Em 2026, elegeremos dois terços do Senado Federal. Mesmo em caso de reeleição, Lula pode ter que lidar com um Congresso ainda mais arisco e, pela primeira vez, com uma das Casas Legislativas abertamente de direita.

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