Eduardo Campos: ele insistiu que é preciso "liberar a renda dos pobres para liberar o consumo" (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2014 às 14h50.
Rio - O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, prometeu, em reunião com auditores fiscais, que, se eleito, não haverá aumento da carga tributária em seu governo e defendeu o reajuste de tabela do Imposto de Renda, a fim de aumentar a faixa salarial de isenção do tributo.
Os servidores do Fisco entregaram uma série de propostas, entre elas isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.800,00 em vez dos R$ 1.787,00 atuais. O candidato prometeu estudar as propostas.
"É inconcebível que quem ganhe R$ 1.800 já pague imposto de renda e que os pobres paguem mais que os ricos", disse Campos.
Os profissionais também sugeriram ampliação do imposto anual sobre veículos (IPVA) para barcos, helicópteros e aviões particulares de luxo.
"Não é normal o Imposto de Renda incidir sobre quem ganha R$ 1.800. Nem incidir sobre a moto de 125 cilindradas que um trabalhador usa para trabalhar e não sobre a aeronave particular. O governo desonera o Imposto sobre Produtos Industrializados para carros e deixa o da bicicleta", criticou, citando a política de desonerações da presidente Dilma Rousseff.
"Serei o primeiro presidente da República que se compromete que não haverá aumento da carga tributária e apresentará uma rampa para redução da carga tributária no Brasil", disse Campos aos fiscais.
Os auditores pediram redução da carga tributária de 35% do PIB para 32% em cinco anos.
O candidato insistiu que é preciso "liberar a renda dos pobres para liberar o consumo" e disse que os avanços na renda ocorridos nos últimos anos estão em xeque.
"Não podemos crescer 1% do PIB. O que houve de avanço de inclusão das famílias vai desaparecer rapidamente se continuar esse padrão de crescimento", previu.
O ex-governador de Pernambuco garantiu que vai mandar uma proposta de reforma tributária ao Congresso na primeira semana de governo e voltou a criticar a existência de 39 ministérios e 22 mil cargos comissionados na administração federal.
Campos prometeu ainda "resgatar a Petrobras da situação em que ela se encontra" e "blindar (a empresa) da interferência nefasta da politicagem", mas evitou falar em reajuste da gasolina.