O candidato Eduardo Campos (PSB) participa de encontro promovido pela CNA (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2014 às 14h34.
Brasília - O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, disse hoje (6) que o princípio da sustentabilidade, uma das principais bandeiras do seu programa de governo, não deverá ser uma barreira para o agronegócio.
Campos prometeu expandir os acordos comerciais do Brasil com outros países, que, para ele, estão “travados pelo Mercosul”, e fazer a “pauta andar” em relação às demarcações de terras indígenas.
O presidenciável argumentou que os princípios da sustentabilidade já fazem parte da realidade mundial e que grandes empresas, inclusive do setor rural, estão comprometidas com propostas de produção e geração de energia mais limpa.
“Temos consciência que existe no agronegócio brasileiro uma compreensão de que representamos a possiblidade de marcar o encontro com o futuro. Defendemos valores reclamados pela sociedade global de hoje”, disse em resposta a perguntas de jornalistas após sabatina promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Perguntado sobre a política de demarcação de terras indígenas, criação de unidades de conservação e reforma agrária, Eduardo Campos criticou a gestão do atual governo e prometeu destravar o debate acerca do tema.
“Esse é uma pauta que é finita porque a Constituição imaginou que em cinco anos seria possível fazer toda a demarcação. Não foi possível em cinco anos, mas não são necessários 50 anos. O grande desafio é exatamente discutir o plano de manejo, o desenvolvimento das comunidades que estão ali. Temos que ter um olhar para todos”, argumentou Campos, ao lado de Marina Silva, candidata a vice.
O presidenciável criticou a política cambial brasileira e postura do governo em relação ao comércio bilateral. Eduardo Campos questionou a atuação brasileira no Mercosul e prometeu ampliar os acordos do Brasil com outros países para ampliar as exportações, principalmente do setor rural.
“É fundamental uma governança macroeconômica que coloque o câmbio no lugar certo para que as exportações sejam prejudicadas. Precisamos investir em infraestrutura, em ciência e tecnologia, educação profissional e revisão do sistema tributário. Vamos rever a atitude do Brasil diante de um mundo que cada vez mais faz acordos bilaterais. O Brasil ficou amarrado nos debates do Mercosul e o fato é que o mundo avançou, como no acordo transpacífico, e isso deixa o caminho mais estreito para nós avançarmos.”