Eduardo Campos: " é um desafio para que o consumo e o poder de compra das famílias e do Estado possa continuar a cumprir o papel que cumpriu na retomada do crescimento no primeiro momento da crise", disse. (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2013 às 16h26.
"Não vejo nenhuma gravidade que se faça uma repactuação do superávit primário e fazer isso de forma clara, transparente, afirmando por que estamos fazendo e em nome de quê", disse a jornalistas Campos, que nos últimos meses tem articulado uma possível candidatura à Presidência ano que vem.
"O que efetivamente às vezes complica é quando não se encara com toda tranquilidade, com toda clareza. Tivemos exemplo disso no fechamento do ano de 2012", acrescentou, lembrando das manobras contábeis do governo no final do ano passado para cumprir a meta de superávit primário.
Na segunda-feira, ao encaminhar a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o Congresso, o governo propôs aumentar a margem de desconto na meta de superávit primário e o fim da obrigatoriedade da União compensar resultados fiscais baixos de Estados e municípios.
A medida, segundo o governo, visa garantir recursos para estimular a atividade econômica e os investimentos, mas há o temor de que uma política fiscal mais frouxa possa prejudicar o combate à inflação.
Após se reunir com senadores do PTB, PR, PSC e PPL, que compõem o bloco União e Força no Senado, Campos também voltou a dizer que o mais importante agora é não "abrir mão do controle inflacionário".
Para isso, ele defende inclusive o aumento da taxa básica de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana, da mínima histórica atual, de 7,25 %.
"Por todos os sinais,...nós estamos caminhando para ter aumento da taxa básica de juros e isso não pode ser lido como um desastre. A política monetária tem que funcionar na direção de preservar exatamente uma conquista brasileira que foi a contenção da inflação", argumentou Campos.
Para ele, é preciso controlar a inflação para se manter o atual nível de consumo.
"É um desafio para que o consumo e o poder de compra das famílias e do Estado possa continuar a cumprir o papel que cumpriu na retomada do crescimento no primeiro momento da crise", disse.