Eduardo Campos: Campos prometeu "resgatar o diálogo" se for eleito em outubro (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2014 às 12h39.
Brasília - O candidato à presidência Eduardo Campos afirmou nesta quarta-feira que Dilma Rousseff "deixará um país muito pior do que o que recebeu em 2011", quando assumiu o poder, e prometeu "resgatar o diálogo" se for eleito em outubro.
Campos participou de um encontro dos candidatos à presidência com representantes da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), para o qual também foram convidados Aécio Neves, do PSBD, e Dilma, que busca a reeleição pelo PT.
O candidato do PSB acusou a atual presidente de ter "interrompido" o diálogo entre o governo e a sociedade. Campos criticou Dilma por governar apoiada por uma ampla coalizão de partidos que "responde a interesses próprios" e não às necessidades do país.
Eduardo Campos citou os presidentes do Brasil democrático desde que o país recuperou a democracia, em 1985, e opinou que todos "deixaram um país melhor" porque apostaram no diálogo.
"José Sarney, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva dialogaram muito, tiveram muita paciência", segundo Campos, para quem Dilma Rousseff atuou de forma diferente. "O que falta no Brasil é esse diálogo que se perdeu", declarou.
Para Campos, "o Brasil sofre a crise" internacional, mas sofre mais ainda pelos "desencontros internos", que segundo ele levaram o país a ter hoje "o mais baixo crescimento econômico das últimas décadas, com a inflação batendo na porta das empresas e famílias e elevadas taxas de juros".
Para aumentar os níveis de produção na atividade agrícola, Campos propôs impulsionar "uma nova governança do Estado em relação ao campo e políticas de distribuição de renda articuladas com os empresários".
O candidato do PSB também defendeu um desenvolvimento "real" da infraestrutura necessária para o transporte dos produtos do campo até a cidade e, sobretudo, uma "nova política comercial", que promova uma maior inserção do país no mundo.
Nesse sentido, reiterou que "Brasil precisa uma política de relações exteriores que seja de Estado, não de partidos", e expressou seu descontentamento com o Mercosul, bloco que o país integra ao lado de Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.
"Temos que destravar a capacidade de expansão de nossas fronteiras comerciais", pois "estamos amarrados à estagnação do Mercosul e a rodada de doha e avançamos muito pouco", enquanto "vemos que se constroem sociedades transatlânticas e transpacíficas".
Segundo as últimas pesquisas, Campos está em terceiro lugar na preferência dos eleitores, com 10% dos votos, enquanto Dilma tem 40% e Aécio Neves 22%.