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Campos diz que Brasil vive crise de expectativa na economia

Governador disse que país vive crise provocada pelo que chamou de "percepção" de que tripé macroeconômico foi abandonado pelo governo Dilma


	Eduardo Campos: governador de Pernambuco é o provável candidato do PSB à Presidência
 (Antonio Cruz/ABr)

Eduardo Campos: governador de Pernambuco é o provável candidato do PSB à Presidência (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 15h17.

São Paulo - O governador de Pernambuco e provável candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, disse nesta quinta-feira que o Brasil vive uma crise de expectativa na economia provocada pelo que ele chamou de "percepção" do mercado econômico e da sociedade de que o tripé macroeconômico -robustez fiscal, câmbio flutuante e controle da inflação—foi abandonado pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

Ao lado da ex-senadora Marina Silva, com quem se aliou com vistas à disputa presidencial do ano que vem, Campos apresentou em São Paulo o documento que servirá de base para o programa de governo conjunto do PSB e da Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentava criar para a eleição do ano que vem, mas que não obteve registro junto à Justiça Eleitoral.

Um dos pontos deste documento é a manutenção da estabilidade econômica via o tripé macroeconômico.

"Criou-se uma impressão no mercado, na sociedade, nas pessoas que fazem o debate econômico que o governo, de alguma forma, está alterando o modelo que vinha em vigor desde o segundo governo do presidente Fenando Henrique", disse Campos em entrevista coletiva.

"O que ocorreu nos últimos pouco menos de dois anos é a impressão de que aquilo que era uma política anticíclica tomada em 2009 passou a ser uma política permanente que colocava esse modelo de lado", acrescentou o governador sem dizer, no entanto, se partilhava desta impressão.

Campos mencionou por mais de uma vez que acredita haver a necessidade de "reverter as mudanças de expectativas em relação ao futuro do Brasil".

Apresentado por Campos e Marina, o documento também defende uma reforma urbana para criar cidades mais sustentáveis e a segurança pública como parte dos "desafios estratégicos" para o Brasil.


Os aliados repetem ainda o discurso de manter as conquistas da estabilidade econômica e da inclusão social.

"Esta estabilidade (econômica) precisa ser preservada nas próximas décadas, fincada nos compromissos de toda a sociedade com a responsabilidade fiscal, com uma política monetária vigilante e com a manutenção do regime de câmbio flutuante", afirma o documento.

Marina, por sua vez, foi mais dura na crítica à condução da política econômica de Dilma. Para a ex-senadora, a presidente está "a duras penas manejando a questão da estabilidade econômica" que, na avaliação de Marina está "por um triz em relação a vários aspectos".

O governo tem enfrentado dificuldade para cumprir sua meta fiscal para este ano e a inflação também tem aparecido entre as preocupações da população, o que tem levado o Comitê de Política Monetária do Banco Central a elevar a taxa básica de juros em suas últimas reuniões.

Definição de Candidato

Marina foi novamente indagada sobre a definição do candidato à Presidência da aliança PSB-Rede para a eleição do ano que vem. Embora Campos, que também preside o PSB, seja apontado como candidato mais provável, Marina tem aparecido melhor posicionada nas pesquisas de intenção de voto, o que tem gerado especulações de que ela ocupe a cabeça da chapa.

"Quando fizemos a aliança com o PSB, partimos do pressuposto de que o candidato é o Eduardo", disse a ex-senadora, acrescentando que o momento é de discutir o programa de governo e que a definição da canidatura será feita no ano que vem.

O texto apresentado nesta quinta será submetido a sugestões dos internautas até fevereiro de 2014. A expectativa é de que desse documento inicial e das sugestões feitas surja em maio o que deve ser um outro documento que dará as diretrizes do programa de governo do PSB e da Rede.

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