Presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, discursa durante encontro que formalizou a aliança de Marina Silva na sigla (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2013 às 16h46.
São Paulo - O presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse nesta quinta-feira que a recém-anunciada aliança entre ele e a ex-senadora Marina Silva causou um "terremoto na política brasileira", e aqueles que apostarem em uma cisão vão perder.
Campos reuniu-se com Marina em São Paulo nesta quinta para iniciar o debate que vai levar à redação de um documento que servirá de base para o programa de governo que o PSB deve apresentar na eleição do ano que vem.
O governador voltou a afirmar que a decisão sobre quem será o candidato do partido à Presidência em 2014 ficará para o ano que vem. Já Marina, que estava ao lado dele, disse que reafirmou "repetidas vezes a candidatura de Eduardo".
"Essa aliança causou um verdadeiro terremoto na política brasileira", disse Campos em entrevista coletiva ao lado de Marina, acrescentando que a definição da cabeça de chapa do partido para a eleição presidencial não vai gerar disputas entre o PSB e a Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentava criar para disputar a Presidência no ano que vem e que foi abrigado no PSB.
"Não haverá nenhum problema entre Rede e PSB no que tange essa questão (definição da chapa). Quem acha que vai ter problema está redondamente enganado", disse o governador. "Aqueles que querem o povo fora da política em 2014, a sociedade sem ter opção, eles quebraram a cara", acrescentou.
Marina decidiu se aliar a Campos e se filiar ao PSB depois que a Rede teve o pedido de registro negado pela Justiça Eleitoral este mês. A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente ocupa a segunda posição nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, atrás apenas da presidente Dilma Rousseff, enquanto Campos é apenas o quarto colocado. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) aparece em terceiro.
A ex-senadora disse que a aliança dela com o socialista "invertia" o processo tradicional da política brasileira, ao definir primeiro conteúdo programático e somente depois os nomes de candidatos.
Marina comparou a disputa que terá pela frente ao lado de Campos como "uma luta de Davi contra Golias". Ela ironizou comentários recentes do marqueteiro da presidente Dilma Rousseff, João Santana, que disse que os opositores da presidente eram "anões".
"A vantagem de sermos anões, é que olhamos de baixo para cima. E acima de nós está o futuro do povo brasileiro", disse.
Campos e Marina devem voltar a se reunir no próximo dia 29, em São Paulo, para continuar o que chamaram de "debate programático" visando a elaboração do documento que servirá de base para o programa de governo. Ainda não há previsão sobre quando esse documento deve ser concluído e divulgado.