Campos: o candidato criticou a aliança do governo do PT com o PMDB (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2014 às 14h59.
Brasília - Em sabatina realizada nesta quarta-feira, 30, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, criticou a política exercida pelos oponentes Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), classificados por ele como candidatos à Presidência ligados à "velha política".
"A vida, como dizia um grande escritor, são as nossas circunstâncias. As circunstâncias que cercam a presidente Dilma e o Aécio são as circunstâncias de preservar a velha política brasileira", disse.
O candidato criticou a aliança do governo do PT com o PMDB, representado pelo ex-presidente José Sarney e o presidente do Senado, Renan Calheiros.
"Começar a fazer uma transição para um outro patamar (da política) é possível, é necessário. O Brasil não precisa de mais quatro anos de Sarney, de Renan", considerou. "Nós precisamos renovar e eu vou renovar a política no Brasil. Renovei a política no Pernambuco", disse.
Reforma tributária
Campos comprometeu-se com os empresários reunidos na sabatina a fazer uma reforma tributária, se eleito. Ele afirmou que é preciso "resolver a cumulatividade de tributos".
Campos também prometeu eliminar os impostos incidentes sobre as exportações e fazer uma "desoneração completa" dos investimentos.
O ex-governador de Pernambuco disse que, quando esteve à frente do Estado, até o início deste ano, aproximou-se do empresariado e fez um governo que "procurou dialogar com o empresariado".
Ele afirmou que pretende repetir a proximidade na Presidência. "Pernambuco viveu um período de reindustrialização", disse. "O governo foi parceiro dos que querem investir", afirmou.
PIB
O candidato avaliou também que o crescimento do PIB nos últimos anos tem ficado aquém do potencial brasileiro, principalmente quando comparado com países vizinhos sul-americanos.
"O Brasil quer ter direito de ser um país mais justo, mais equilibrado. O Brasil não pode ficar olhando a Colômbia crescer quatro vezes mais, o Chile três vezes e meia mais do que crescemos", afirmou.
Ele disse, ainda, que o crescimento econômico precisa de condições políticas garantidas pelo presidente da República. Ele criticou o presidencialismo de coalizão e cobrou um governo com "humildade" e que procure ouvir as demandas da sociedade.
"Não é preciso ficar de joelhos por uma política de coalizão", considerou. "Não é necessário 39 ministérios e 22 mil cargos comissionados para governar o Brasil."
Trabalho terceirizado
Campos afirmou ainda que pretende apresentar uma nova agenda de regulação do trabalho terceirizado caso seja eleito presidente da República. O ex-governador disse que "o Brasil precisa discutir um marco regulatório da terceirização". "É preciso ter coragem para fazer esse debate", afirmou.
Ele criticou o excesso de gastos com o seguro desemprego, o que foi apontado por ele como sinal de que existe um desemprego que escapa das estatísticas oficiais do governo da presidente Dilma Rousseff.
"O Brasil vive um desemprego formal medido baixo, mas hoje despende R$ 50 bilhões no seguro desemprego. É algo difícil de explicar e de entender", disse.
O candidato se comprometeu a estimular a negociação tripartite, ente empregados e empresários. Ele também criticou o excesso de processos trabalhistas no Poder Judiciário. "Algo insuportável é ver esse País ser o com maior número de processos trabalhistas", considerou.
Campos é o primeiro candidato na rodada de sabatinas promovidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, 30.
Os empresários falarão ainda com a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e com o candidato Aécio Neves (PSDB), no evento chamado de Diálogo da Indústria com Candidatos à Presidência. (Colaboraram Ricardo Della Coletta, Erich Decat, Ricardo Brito e Bernardo Caram)