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Campanha será momento para reduzir alta rejeição de Dilma

Propaganda na TV e no rádio, argumentou presidente do PT, vai permitir mostrar as realizações do governo Dilma

Rui Falcão: "Estamos reduzindo o que eles chamam de custo Brasil, sem precisar reduzir o custo Brasil pela via liberal" (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

Rui Falcão: "Estamos reduzindo o que eles chamam de custo Brasil, sem precisar reduzir o custo Brasil pela via liberal" (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 13h26.

Brasília - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, procurou minimizar em entrevista à Reuters os altos índices de rejeição da presidente Dilma Rousseff, argumentando que são compatíveis com os de outras candidaturas petistas e que a campanha eleitoral que começa a engrenar agora será o momento para combatê-la.

Para Falcão, que também é deputado estadual e coordenador-geral da campanha, os candidatos do PT nunca tiveram rejeição inferior a 30 por cento e a da presidente, que se encontra em 35 por cento segundo a última pesquisa do Datafolha, cederá por conta da presença de Dilma em eventos de campanha, do envolvimento da militância e do programa eleitoral no rádio e na TV.

A propaganda na TV e no rádio, argumentou Falcão, vai permitir mostrar as realizações do governo Dilma --"as pessoas não têm dimensão de tudo que foi feito". E também fazer um comparativo com o passado, com o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, partido do principal adversário de Dilma, o senador Aécio Neves.

"Esse negócio do passado é fazer disputa de projetos; nosso projeto contra o projeto do (ex-presidente do Banco Central) Armínio Fraga, nosso projeto contra o projeto do FHC, o nosso projeto contra o projeto do Eduardo Gianetti da Fonseca", disse Falcão, citando dois dos principais economistas das equipes de Aécio e do ex-governador Eduardo Campos (PSB), que têm uma linha econômica claramente liberal.

"Esse é um comparativo que não é para gerar medo, mas é para as pessoas refletirem que não vale a pena voltar ao passado", disse, depois de ser questionado se a campanha pretende investir no discurso do medo, como foi o caso de uma propaganda do PT meses atrás, que mostrava um cenário bastante sombrio para contrastar "como é hoje" e "como era antes dos governos do PT".

Mesmo não investindo explicitamente no temor do eleitorado, um exemplo usado por Falcão para mostrar as diferenças de projetos indica que o resultado final não será tão diferente. "Estamos reduzindo o que eles chamam de custo Brasil, sem precisar reduzir o custo Brasil pela via liberal, que é arrochar salário, ter uma taxa razoável de desemprego." Falcão relevou até mesmo a alta rejeição de Dilma em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, que está em 47 por cento segundo o Datafolha, e onde o candidato do PT ao governo do Estado, o ex-ministro Alexandre Padilha, está com apenas 4 por cento das intenções de voto.

"O Padilha vai crescer, pode apostar; não tem como o Padilha ter só 4 por cento", disse Falcão, acrescentando que o movimento beneficiaria a presidente.

Mudanças

Mesmo o desejo de mudança da grande maioria da população, mostrado nas pesquisas eleitorais, que ganhou corpo a partir das grandes manifestações populares de junho de 2013 e que muitos analistas veem como um fator a pesar contra Dilma, foi defendido por Falcão como um ponto a favor do governo.

"A população percebeu que é possível mudar a partir das mudanças que nós promovemos nesses 12 anos", disse o presidente do PT, referindo-se aos dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva e ao mandato de Dilma.

Entre as mudanças que o PT defende na campanha, Falcão citou a reforma política proposta por Dilma em resposta às manifestações e outras três que também estão no programa de governo da candidata: reforma federativa, urbana e dos serviços públicos.

A reforma federativa englobaria mudanças tributárias, que exigem um pacto com os governadores, e a alteração do sistema de segurança pública, com um novo papel do governo federal.

Citando o que classificou de operação bem-sucedida da integração das forças de segurança durante a Copa do Mundo, Falcão defendeu o debate com os Estados, para "ver se é possível ampliar" isso.

Num momento de pessimismo com a economia, ele admitiu que a inflação é um problema, mas acredita não será um empecilho para a reeleição de Dilma, que será a própria porta-voz da campanha para essa área.

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