Dilma e Lula: "não espere que a imprensa noticie coisas boas", diz ele sobre a cobertura (Joedson Alves/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2014 às 16h07.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 18, que vai ser cabo eleitoral por todo o país, mas que sua prioridade será a reeleição da presidente Dilma Rousseff e a eleição ao governo de São Paulo do ex-ministro Alexandre Padilha.
"Não sei quanto votos posso conseguir para você. Mas minha prioridade vai ser sua campanha e a campanha de Dilma. Vão ser prioridades na minha vida", afirmou, dirigindo-se a Padilha em ato político realizado no centro de São Paulo.
Lula lembrou que durante a campanha que elegeu o prefeito Fernando Haddad ele ainda lutava contra o câncer. "Eu ainda estava muito abatido, falava 30 segundo e tossia", disse. "Mas mesmo assim fui para a rua."
O ex-presidente deu conselhos ao candidato petista e disse que nada é mais importante do que as pessoas acreditarem em seu discurso.
"Não espere que a imprensa noticie coisas boas, você tem que criar seu noticiário", disse, reforçando que o mais importante é que a imprensa "pelo menos não minta".
Lula voltou a cobrar publicamente de Haddad que mostre suas ações na prefeitura. "Quando eu cheguei aqui perguntei ao Haddad o que ele havia falado em seu discurso e ele me disse que tinha falado bem do Padilha. Ai eu perguntei: e não falou o que fez?", afirmou.
O ex-presidente então citou algumas realizações de Haddad, como o Bilhete único mensal e as faixas exclusivas de ônibus. "Eu as vezes estou no carro e xingo ele, fico a vendo a faixa vazia e xingo. Mas quem está no ônibus ganhando 40 minutos não está defendendo ele", afirmou.
Lula disse ainda que Haddad está apanhando "de manhã, de tarde e de noite" e que agora não é mais a hora de dar a outra face do rosto. "Temos que reagir".
Datafolha
Lula comentou o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira, 17. Segundo o ex-presidente, a experiência de eleições anteriores mostra que "em situações muito difíceis" as pesquisas servem como direcionamento de campanha.
"(As pesquisas) servem como referência do que precisa ser feito a partir do momento que você recebe as informações", completou.
O ex-presidente ponderou que "muitas vezes quando estamos por baixo, não acreditamos em pesquisa. E a gente acredita quando está por cima", disse.
Lula lembrou sua situação em 1989 quando aparecia com 5% das intenções de voto um mês antes das eleições e acabou indo para o segundo turno, quando foi derrotado por Fernando Collor.
O ex-presidente lembrou ainda situação do prefeito Fernando Haddad, que há dois anos neste mesmo momento da campanha tinha apenas 3% das intenções de voto.
"Nessa mesma época do ano esse moço aqui (Haddad) tinha apenas 3% e quem virou prefeito não era quem estava na frente e sim quem tinha a melhor proposta", afirmou.
Lula disse ainda que confia no crescimento de Padilha durante a campanha e afirmou que ele "já está melhor do que o Haddad". "Você já tem 4% e o Haddad só tinha 3%", disse.