Ciro Gomes: greve dos caminhoneiros deu impulso ao perfil do pré-candidato do PDT à Presidência (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de junho de 2018 às 08h38.
Última atualização em 8 de junho de 2018 às 08h39.
São Paulo - A greve dos caminhoneiros deu impulso ao perfil do pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, no Twitter e alçou ao posto de terceiro presidenciável com maior presença na rede social, segundo um levantamento feito com exclusividade pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) Fundação Getulio Vargas (FGV) para o Estadão/Broadcast.
De acordo com o estudo, o pedetista não apenas tirou espaço antes ocupado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também virou um alvo dos usuários associados ao deputado Jair Bolsonaro (PSL), que passaram a direcionar o debate entre os dois candidatos.
"Até o começo de maio, praticamente todo o espaço discursivo não vinculado à esquerda concentrava-se na oposição a Lula e, em escala menor, a Manuela D'Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL)", dizem os pesquisadores da FGV. Eles observam que, desde então, o nome de Ciro começou a aparecer dentro da "mancha azul", que congrega os perfis de direita na rede social. "Isso demonstra uma preocupação por parte da direita com o pré-candidato, que passou a ser visto como um competidor mais forte na corrida eleitoral", diz o texto.
Além de Ciro, outro ator político cuja presença cresceu no Twitter, segundo o estudo, foi o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Isso teria ocorrido, segundo o estudo, principalmente pela associação do candidato a denúncias envolvendo o PSDB.
Ao todo, o debate no Twitter gerou 959,7 mil tuítes na semana entre os dias 31 de maio e 6 de junho. Lula e Bolsonaro se mantiveram isolados nas primeiras colocações. O petista iniciou o período com 49.460 menções na rede social, alcançou o pico (128.219) no dia 5, quando foi divulgado o depoimento que ele prestou como testemunha no processo que envolve o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), e terminou a semana citado 82.182 vezes.
O pico de menções a Bolsonaro foi no dia 6: 56.786 vezes. Ele iniciou o período com 40.296 menções. Já Ciro iniciou a semana com 13.029 menções e terminou a semana com 9.917 citações no Twitter.
A produção de conteúdo na última semana, entretanto, foi maior na chamada a "mancha rosa" de usuários, a que reúne os perfis que comentam sobre política principalmente por meio de piadas e "memes". Este tipo de publicação foi responsáveis por 54,54% dos perfis engajados no debate nos últimos sete dias. Entre estes, Bolsonaro também é o alvo principal de piadas e memes, seja recebendo críticas ou elogios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.