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Caminhão de lixo e ônibus são incendiados no 20º dia de ataques no Ceará

Até a manhã de hoje, 403 suspeitos de participar dos ataques orquestrados já tinham sido presos ou apreendidos

Dois ataques criminosos foram registrados nas últimas horas no Ceará, elevando para mais de 280 o número de ocorrências (Paulo Whitaker/Reuters)

Dois ataques criminosos foram registrados nas últimas horas no Ceará, elevando para mais de 280 o número de ocorrências (Paulo Whitaker/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 12h14.

Dois ataques criminosos foram registrados nas últimas horas no Ceará, elevando para mais de 280 o número de ocorrências relacionadas à onda de violência que atinge o estado desde o último dia 2, quando ônibus, veículos, prédios públicos, estabelecimentos bancários e edificações em vias públicas passaram a ser alvo da ação organizada de criminosos.

Segundo a Polícia Militar (PM), um ônibus foi incendiado em Fortaleza na noite deste domingo (20). Na madrugada de hoje (21), um caminhão de lixo foi incendiado na cidade de Jaguaruana, a cerca de 170 quilômetros ao sul da capital do estado. Ninguém se feriu ou foi detido nas duas ocorrências.

Ainda de acordo com a PM, o caminhão de lixo estava estacionado no Bairro Juazeiro, em Jaguaruana, quando, por volta de 1h da madrugada, indivíduos ainda não identificados se aproximaram, jogaram combustível e atearam fogo no veículo, que ficou destruído.

Já o ônibus da linha 348, também incendiado, no bairro Mondubim, em Fortaleza, não sofreu grandes estragos porque o fogo não se alastrou e logo foi contido. Os criminosos jogaram gasolina no interior do veículo antes de atear fogo.

Ataques

Até a manhã de hoje, 403 suspeitos de participar dos ataques orquestrados já tinham sido presos ou apreendidos (no caso de suspeitos com menos de 18 anos de idade), segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social.

A Força Nacional faz o policiamento ostensivo nas ruas de Fortaleza, em apoio aos agentes de segurança do estado - José Cruz/Agência Brasil

Nos últimos 20 dias, ocorreram ataques em cidades de todas as regiões do estado. A ação, segundo autoridades estaduais e especialistas em segurança pública, pode ser uma reação de facções criminosas à nomeação do secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, e ao anúncio de medidas para reforçar a segurança nos presídios, como a não separação de presos em presídios por facção.

Para tentar conter os ataques, o governo estadual convocou cerca de 1.200 policiais militares da reserva para voltarem ao serviço.

No dia 4, o governo federal autorizou o envio de agentes da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar no combate aos ataques. No dia 13, o governador Camilo Santana (PT) sancionou leis que facilitam a adoção de medidas como a convocação dos militares reservistas; o pagamento a quem fornecer informações que resultem na prisão de bandidos ou evitem ataques criminosos no estado, entre outras.

Nesta semana, chegam os primeiros integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, subordinada ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Por razões de segurança, o órgão não informa quantos agentes prisionais serão cedidos por outros estados para integrar o grupo especial no Ceará.

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