Henrique Alves: diante da falta de quórum, o presidente da Câmara jogou a apreciação da matéria para a semana depois do feriado (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 15h23.
Brasília - O Palácio do Planalto ganhou a semana do carnaval para reverter o golpe sofrido na terça-feira, 25, e tentar impedir a aprovação do requerimento para que uma comissão externa viaje ao exterior e acompanhe investigações que citam a Petrobras.
Diante da falta de quórum, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), jogou a apreciação da matéria para a semana depois do feriado.
Mais cedo, Henrique Alves chegou a dizer que acreditava que a votação poderia ocorrer ainda hoje, mas deputados já afirmavam que não haveria comparecimento em plenário suficiente para deliberar sobre o tema.
Grande parte dos parlamentares já regressou aos Estados de origem ou tem viagem marcada para esta tarde. Alves anunciou que o requerimento - originalmente proposto pela oposição - voltará a ser analisado no dia 11 de março.
Colocar o requerimento em pauta ontem foi o primeiro recado concreto do chamado "centrão" ao governo.
Formado por deputados do PMDB, PP, PR, PTB, PDT, PSC, esse bloco informal, descontente com a articulação política conduzida pelo Planalto, decidiu apoiar o pedido para que uma comissão externa formada por parlamentares acompanhe na Holanda as investigações do esquema de pagamento de subornos a empresas de vários países no qual a Petrobras é mencionada.
Autoridades daquele país apuram se a empresa SBM pagou propina a funcionários da estatal brasileira em negócios envolvendo a compra de plataformas.
O pedido chegou a ser analisado ontem, mas o presidente da Câmara adiou a conclusão da votação e evitou a derrota do governo, pelo menos por enquanto.
Os membros do "centrão" prometem obstruir os trabalhos da Casa até que o requerimento para a instalação da comissão exerna seja votado.