Temer (Leonardo Benassatto/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2017 às 06h48.
Última atualização em 22 de setembro de 2017 às 07h53.
Finalizado o julgamento do pedido de suspensão da denúncia contra o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal, a acusação está liberada pelo ministro-relator, Edson Fachin, para ir à Câmara dos Deputados.
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A previsão era que chegasse ao Legislativo nesta sexta-feira, mas a presidente do Supremo, Cármen Lúcia adiantou o envio para a noite de quinta por conta de uma viagem marcada para hoje.
O trâmite daqui em diante é idêntico à primeira denúncia, por corrupção passiva, com leitura no Plenário e envio à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
As especulações entre deputados sobre quem será o novo relator começaram. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da comissão, deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), descarta os nomes óbvios: o aliado da Presidência Alceu Moreira (PMDB-RS), o relator derrotado na primeira denúncia, Sérgio Zveiter (PODE-RJ), e o relator vencedor Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
“Vamos tratar a questão com imparcialidade e sem permitir interferências de qualquer natureza. A prerrogativa de escolha do relator é minha e será exercida no momento oportuno”, disse Pacheco ao jornal.
Como a pressão sobre Temer é menor, o mesmo acontece com quem assumir a responsabilidade desta vez, ainda que a posição gere extrema exposição. Ao contrariar o Planalto, o parecer de Zveiter, que era do partido do presidente, resultou em desfiliação.
Mas também lhe deu alguns pontos com o eleitorado. Abi-Ackel, por outro lado, ganhou força com Aécio Neves (PSDB-MG) ao proteger o aliado Temer.
O nome será fechado na semana que vem. O presidente tem então dez sessões para apresentar a defesa ao relator. Na última denúncia, acelerada pelo presidente com entrega de sua justificativa no menor prazo, a tramitação durou 36 dias.
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), estimou ontem que a nova denúncia deve ser votada em Plenário em meados de outubro.
O governo tem pressa na esperança de aprovar em tempo recorde a reforma da Previdência, a próxima missão da pauta do Congresso. Uma missão quase impossível.