Maia e Guedes: o Ministério da Economia afirmou que a proposta de Maia para os estados ultrapassa R$ 200 bilhões (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2020 às 06h04.
Última atualização em 14 de abril de 2020 às 06h30.
Se depender da vontade do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a Medida Provisória 905, chamada de MP do “Contrato de Trabalho Verde e Amarelo” – que flexibiliza as relações de trabalho para incentivar a criação de vagas entre jovens – pode ser votada em plenário nesta terça-feira, 14. Maia falou ontem sobre sua expectativa a parlamentares, mas terá resistência.
O texto ainda depende de acordo com deputados do Centrão e da boa vontade da oposição, que pretende obstruir a pauta, justificando que tira direito dos trabalhadores. Criado em novembro do ano passado como um programa de incentivo a pessoas de 18 e 29 anos, o Contrato Verde e Amarelo permite a redução de contribuições patronais e do valor da multa em caso de demissão, por exemplo.
O relator da pauta na Câmara estendeu o benefício a pessoas com mais de 55 anos, sem vínculo formal há pelo menos 12 anos, e tenta negociar a ampliação da isenção da contribuição previdenciária patronal aos contratos vigentes até 31 de março. Para virar lei, o projeto precisa ser votado até a próxima segunda-feira, 20 de abril.
A semana está cheia de pautas bombas para o governo. Na noite de segunda-feira, 13, os deputados aprovaram, por 431 votos a 70, a ajuda financeira da União a estados e municípios para compensar a queda de arrecadação com ICMS e do ISS que terão neste ano em função da crise do coronavírus. Segundo Maia, a perda ficará entre 30% e 40%: “Ou a gente dá condições para não entrarem em colapso ou não vai chegar a lugar nenhum”, disse.
O Ministério da Economia afirmou neste fim de semana que a proposta de Maia ultrapassa R$ 200 bilhões. Disse ainda que prepara uma ajuda de R$ 40 bilhões aos estados e municípios no combate ao coronavírus. O presidente da Câmara nega que o valor chegue a tanto e disse que espera que o governo apresente seu projeto nesta terça.
Outro tema perigoso para a equipe econômica do governo é a ampliação da lista de trabalhadores informais com direito a receber o auxílio mensal de R$ 600 durante a crise do coronavírus. A pauta, que pretende beneficiar taxistas, vendedores ambulantes, feirantes, camelôs, pescadores e mais uma série de profissões informais, pode ser votada nos próximos dias e seguirá para sanção do presidente.