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Câmara de SP aprova volta da inspeção veicular ambiental

O texto dá prazo de um ano para a Prefeitura retomar a fiscalização de veículos. A proposta segue agora para sanção do prefeito João Doria

Carros: a inspeção será obrigatória para todos os veículos, a partir do terceiro ano de vida do automóvel (Andreas Rentz/Getty Images)

Carros: a inspeção será obrigatória para todos os veículos, a partir do terceiro ano de vida do automóvel (Andreas Rentz/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 21h00.

A Câmara Municipal aprovou projeto de lei do presidente da casa, Milton Leite (DEM), e Gilberto Natalini (PV), que estabelece o retorno da inspeção veicular a cidade de São Paulo.

O texto dá prazo de um ano para a Prefeitura retomar a fiscalização de veículos. A proposta segue agora para sanção do prefeito João Doria (PSDB), que já sinalizou apoio à proposta.

O projeto de lei prevê ainda novos prazos para zerar a emissão de poluentes vindos de combustíveis fósseis na frota do transporte público da cidade. A norma, que teria de estar em vigor já no ano que vem, foi adiada para 2037.

A inspeção será obrigatória para todos os veículos, a partir do terceiro ano de vida do automóvel. Ela será bianual.

O texto prevê multa de até R$ 5 mil para carros da capital que não fizerem a vistoria. Veículos de fora da cidade, mas que prestam serviços de transporte por aplicativo (como Uber, Cabify ou 99), além de ônibus fretados,também serão obrigados a passar pela inspeção. A obrigatoriedade ainda atinge todas as pessoas físicas e jurídicas que mantenham contratos com a administração pública.

Além dos caminhões da cidade, obrigados a fazer a vistoria, a Prefeitura também obrigará o controle de emissões de veículos de carga que têm a capital como destino. Empresas que recebem carga de outras cidades poderão ser multadas se os caminhões que as servem não tiverem a inspeção em dia, mesmo que a placa seja de outra cidade.

Frota limpa

A votação do projeto de lei ocorreu após uma discussão entre seus dois autores. Na tarde desta quinta-feira, o presidente da Câmara, Milton Leite, tentou introduzir uma emenda no projeto que, na prática, isentaria as empresas de ônibus de reduzir a emissão de poluentes. A ideia era permitir que, no lugar de trocar a matriz energética dos veículos, as empresas pudessem fazer compensação ambiental. Leite é ligado a empresas de transporte da zona sul, seu reduto eleitoral.

Gilberto Natalini, coautor da proposta, ameaçou retirar sua assinatura do projeto e barrar todas as votações do dia. Cedeu quando Leite desistiu da iniciativa.

A aprovação desse projeto era visto pela gestão Doria (PSDB) como condição determinante para o lançamento da licitação que vai renovar os contratos de ônibus na cidade. A consulta pública da proposta está marcada para começar no dia 21.

A norma estabelece que, no prazo de 10 anos, as empresas de ônibus devem reduzir em 50% a emissão de poluentes vindos da queima de diesel. Em 20 anos, a redução tem de ser de 100%.

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