Congresso Nacional do Brasil (Moment/Getty Images)
Alessandra Azevedo
Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 19h42.
Última atualização em 21 de dezembro de 2021 às 21h43.
O Congresso aprovou nesta terça-feira, 21, o Orçamento de 2022, com previsão de salário mínimo de 1.211,98 reais. Na Câmara, o placar foi de 358 votos a favor e 97 contra o parecer do deputado Hugo Leal (PSD-RJ), que destina 4,93 bilhões de reais para o fundo eleitoral para as eleições de 2022. No Senado, foram 51 votos favoráveis e 20 contrários. O texto segue para sanção presidencial.
O parecer reserva 1,74 bilhão de reais para reajuste salarial das carreiras da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Ministério da Justiça em 2022, uma demanda do Executivo. O governo federal, no entanto, pedia mais dinheiro, 2,86 bilhões de reais, dos quais 2 bilhões de reais iriam para as carreiras de segurança e o restante para outras duas categorias.
O texto também prevê 800 milhões de reais para bancar o reajuste do piso salarial de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias.
O Orçamento de 2022 terá 4,93 bilhões de reais reservados para o financiamento de campanhas eleitorais, pelo fundo eleitoral. Serão 2,83 bilhões de reais a mais do que os 2,1 bilhões de reais estimados na proposta enviada pelo Executivo em agosto.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) permitia, no entanto, que o valor do fundo eleitoral pudesse ser ainda mais alto, de 5,7 bilhões. Na sexta-feira, 17, o Congresso derrubou, em sessão conjunta, um veto do presidente Jair Bolsonaro à LDO, garantindo esse limite.
O parecer inicial previa 5,1 bilhões de reais para o fundo eleitoral, valor que alguns parlamentares consideraram elevado. Mais cedo, nesta terça-feira, o relator reduziu para 4,7 bilhões de reais, mas, pouco depois, fez uma nova mudança para fixar em 4,93 bilhões de reais.
O texto destina 16,5 bilhões de reais para as emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, o que também não foi bem aceito por alguns parlamentares. “Não podemos esquecer de que jeito nasceram essas emendas. Foi um toma lá, dá cá, para garantir aprovação de projetos impopulares por parte do governo federal”, disse o deputado Glauber Braga (PSol-RJ).
O dinheiro das emendas de relator será destinado a custeio dos serviços de atenção primária à saúde, estruturação da rede de serviços de assistência social, apoio a infraestrutura para educação básica, apoio à política nacional de desenvolvimento urbano voltado à implantação e qualificação viária e melhorias em sistemas de esgotamento sanitário.
De acordo com o texto, o espaço aberto com a PEC dos Precatórios é estimado em 113,1 bilhões de reais em 2022, mais do que os 106,1 bilhões que haviam sido anunciados pelo governo. Desse total, 54,4 bilhões de reais serão destinados ao Auxílio Brasil, valor que se somará aos 34,7 bilhões remanejados do Bolsa Família, programa encerrado em novembro.
O relatório aumenta a previsão para o rombo das contas do governo em 2022 de 49,6 bilhões de reais para 79,3 bilhões de reais. O valor é a diferença entre as despesas e as receitas da União, sem incluir o pagamento de juros da dívida pública.
O valor total da despesa da União em 2022 ficou em 4,82 trilhões de reais, sendo 1,88 trilhão de reais para o refinanciamento da dívida pública. Os gastos primários, sem contar com a rolagem da dívida, ficaram em 2,93 trilhões de reais.