Estaleiro Rio Grande: segundo o presidente do sindicato, pedidos voltam-se também para condições de trabalho consideradas inadequadas (Ricardo Stuckert/PR)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 17h30.
Porto Alegre - O desconforto causado pelo calor levou oito mil trabalhadores do Estaleiro Rio Grande à greve, na cidade gaúcha de do Rio Grande. Eles suspenderam as atividades na segunda-feira, 10, e apresentaram uma lista de reivindicações à Ecovix, empresa que constrói cascos do tipo FPSO para a Petrobras usar na extração do petróleo do pré-sal.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte, Benito Gonçalves, os pedidos vão muito além de cláusulas econômicas, como equiparação salarial para funções semelhantes, e voltam-se também para condições de trabalho consideradas inadequadas pela categoria.
"Quando a temperatura chega a 40 graus na rua a sensação pode superar 50 graus em cima dos cascos e passar dos 60 graus para quem está vestido com roupas de couro e soldando", afirma Gonçalves. "Houve dias em que de 10 a 15 trabalhadores desmaiaram", revela. O sindicalista admite que o verão deste ano, com ondas de calor prolongadas, tem sido "atípico", mas entende que a atividade é prejudicada também pela água que sai quente dos bebedouros, reduzido número de banheiros - cinco para equipes de 1,2 mil operários em cada casco e turno - e intervalos insuficientes para os trabalhadores se refrescarem e se reidratarem.
Em nota, a empresa destacou que seus diretores têm se reunido com dirigentes do sindicato para esclarecer as medidas que tem adotado para o bem-estar físico e a segurança de seus colaboradores. Afirmou, ainda, que está avaliando outras iniciativas, adicionais, em conjunto com representantes dos trabalhadores. A Ecovix ressaltou que "os níveis salariais de cada função levam em conta fatores como formação e experiência" e garantiu que "as 1,2 mil promoções de cargos e salários analisadas e concedidas em janeiro serão pagas no decorrer dos próximos 30 dias".