Brasil

Caixa, Funasa e Ministério dos Esporte: o pacote do Centrão para aderir à base governista

De olho em formar uma bancada de apoio na Câmara, Lula autorizou articuladores políticos a negociar espaços para PP e Republicanos

Esplanada dos Ministérios: de olho em formar uma bancada de apoio na Câmara, Lula autorizou articuladores políticos a negociar espaços para PP e Republicanos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Esplanada dos Ministérios: de olho em formar uma bancada de apoio na Câmara, Lula autorizou articuladores políticos a negociar espaços para PP e Republicanos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 12 de julho de 2023 às 14h08.

Última atualização em 12 de julho de 2023 às 14h08.

O presidente Luiz Inácio da Silva está convenciado de que precisa abrir espaço no governo para atrair para a base parlamentar partidos do Centrão. Para isso, o chefe do Executivo já autorizou a entrega da Caixa, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e do Ministério do Esporte para partidos como o PP e Republicanos.

O Ministério do Desenvolvimento Social também está na mira dos parlamentares de centro. Segundo assessores do presidente ouvidos reservadamente pela EXAME, as negociações estão em curso e devem ser anunciadas formalmente nas próximas semanas.

Pulso Político: Dobradinha Lira-Haddad divide oposição e sedimenta governabilidade

Atualmente, a base fiel de Lula conta hoje com pouco menos de 140 votos na Câmara e depende da liberação de emendas e cargos para alcançar o quórum constitucional de 308 deputados. A nova acomodação política também passa pela adesão do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), ao posto de coordenador político informal do Planalto para remover resistências da maioria dos partidos de centro-direita, predominantes na Casa. 

Mudança na lógica de negociação

Para garantir os votos do Centrão foi necessária a liberação de emendas parlamentares, a nomeação de cargos no Diário Oficial que estavam paralisadas e promessas de reforma ministerial, com fatias mais generosas do orçamento federal aos novos aliados. O presidente está convencido, segundo interlocutores, de que precisa atrair os apoios do Centrão para mudar a lógica de negociações e sedimentar apoio desses partidos para o projeto de reeleição. 

"A semana de negociações para a aprovação da reforma tributária e da recriação do voto de qualidade do Carf foram muito significativas porque deixaram claro que o apoio desses partidos é importante para a governabilidade", disse um assessor de Lula.

Como mostrou a EXAME, Lula tem sido aconselhado por interlocutores próximos a reconstruir pontes com três públicos que engrossaram as fileiras do bolsonarismo nos últimos anos. Aliados do presidente afirmam que o presidente precisa se reaproximar dos evangélicos, dos produtores rurais e dos empreendedores individuais que ascenderam à classe média e aderiram às bandeiras defendidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaCentrãoCaixaMinistério do EsporteMinistério do Desenvolvimento Social

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022