Brasil

Caixa 2 pode ter pena mais leve e ficha limpa, diz jornal

Segundo o Valor Econômico, Rodrigo Janot pode oferecer um acordo mais brando para quem "só" recebeu dinheiro ilegal na campanha

Rodrigo Janot: Maior parte dos 83 pedidos é para apurar suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro (STF/Divulgação)

Rodrigo Janot: Maior parte dos 83 pedidos é para apurar suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro (STF/Divulgação)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 19 de junho de 2017 às 09h50.

Última atualização em 19 de junho de 2017 às 11h28.

São Paulo - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai oferecer uma proposta de separação dos crimes de recebimento de caixa 2 e corrupção na Operação Lava Jato, segundo o jornal Valor Econômico.

A proposta é de "suspensão condicional do processo", um acordo previsto em lei no qual o MP sugere a antecipação de uma pena alternativa à prisão (como multa ou serviços comunitários) e, em troca, o acusado deixa de responder ao processo. Se cumprir as exigências, ele ainda pode ficar com a ficha limpa.

Ainda segundo o jornal, o benefício só vale para réus primários e nos casos em que a pena aplicada seria de menos de um ano de prisão.

O Valor Econômico calcula que cerca de metade dos 98 nomes da "lista de Fachin" poderiam se qualificar a um acordo deste tipo.

A separação entre recebimento de caixa 2 e crimes de corrupção é uma das principais preocupações dos políticos investigados da Lava Jato.

O argumento é referido como "separação do joio do trigo", já que o recebimento de doação ilegal para campanha política não seria tão grave, na visão dos políticos, quanto pedir dinheiro de empresas para vantagens pessoais.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoOperação Lava JatoRodrigo Janot

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final