Brasil

Cade quer punir paralisação no atendimento a pacientes

Pareceres recomendam que atuação de algumas entidades seja julgada como crime econômico


	Estetoscópio e moedas: polêmica começou há dois anos
 (Stock Exchange)

Estetoscópio e moedas: polêmica começou há dois anos (Stock Exchange)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2013 às 09h36.

São Paulo - A atuação de 24 sindicatos, associações e conselhos de medicina durante a paralisação do atendimento a pacientes de planos de saúde deve ser considerada como prática de crime econômico, sugere a superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Publicados nesta semana, nove pareceres recomendam que entidades sejam julgadas e condenadas pelo tribunal administrativo do conselho.

As decisões reavivam uma polêmica iniciada há dois anos, quando a então Secretaria de Direito Econômico (SDE) adotou medidas preventivas para proteção da concorrência e dos direitos do consumidor da saúde suplementar. A secretaria classificava como abusivas práticas como a cobrança "por fora" de consultas de pacientes de planos de saúde e punições de médicos que resistiam em participar das paralisações. O assunto ficou em compasso de espera durante o ano passado, quando Cade e representantes das entidades médicas tentavam preparar um termo de ajuste. Não houve entendimento e, agora, os processos no Cade devem ganhar ritmo.

"Não se trata de condenação à negociação salarial", afirmou o superintendente do Cade, Carlos Ragazzo. "Os pareceres têm outro fundamento: a adoção de práticas abusivas, como a coação de médicos para participar dos movimentos e a restrição do acesso da população ao atendimento", completou. Entre as práticas analisadas pelo Cade, estavam ameaças a médicos que aceitassem receber valores inferiores aos indicados em uma tabela de procedimentos.

Para o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d'Avila médicos de planos de saúde têm o direito de reivindicar reajuste de honorários e autonomia para exercício da profissão. "O Cade afirma haver cartelização, mas isso é um erro. Somos profissionais liberais e a tabela de preços apenas indica valores considerados razoáveis."

Entre as associações que receberam parecer da superintendência do Cade favorável à condenação por prática de crime econômico estão Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina, Conselho Regional de Medicina do Rio, Conselho Regional de Medicina do Ceará e sindicatos de médicos de Minas e Ceará. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CadePlanos de saúde

Mais de Brasil

Gilmar Mendes retira pedido e julgamento de Collor segue no plenário virtual

Bolsonaro segue na UTI, 'sem febre ou alterações da pressão', diz boletim médico

Desaceleração no fim de 2024 faz Brasil cair seis posições em ranking global da produção industrial

OPINIÃO: A importância da longevidade saudável e ativa