SÉRGIO CABRAL: Ex-governador do Rio de Janeiro foi condenado a 14 anos e dois meses de prisão pelo juiz Sergio Moro / VEJA.com
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2017 às 18h38.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.
Décima vez de Cabral
Preso desde novembro de 2016, o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral foi colocado nesta sexta-feira pela décima vez no banco dos réus. O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato no Rio, aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra Cabral e outras cinco pessoas, incluindo o irmão e a ex-mulher do peemedebista, por crimes de lavagem de dinheiro em pagamentos de propina de 1,7 milhão de reais pela construtora FW Engenharia. O dinheiro sujo teria sido retirado de contratos com o governo do Rio durante a gestão do ex-governador, entre 2007 e 2014.
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“Propina era para Temer”
Enquanto o ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures se mantém em silêncio sobre o episódio em que foi flagrado pela Polícia Federal ao receber uma mala com 500.000 reais em propina, entregue por um executivo e delator da JBS, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que ele aceitou a oferta de vantagens indevidas em nome do presidente Michel Temer. Ao pedir novamente a prisão preventiva de Rocha Loures ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, na noite de ontem, Janot afirmou que “em suma, Rodrigo Loures aceitou e recebeu com naturalidade, em nome de Michel Temer, a oferta de propina [5% sobre o benefício econômico a ser auferido] feita pelo empresário Joesley Batista, em troca de interceder a favor do Grupo J&F, mais especificamente em favor da EPE Cuiabá, em processo administrativo que tramita no Cade”.
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WhatsApp não cede ao Supremo
O WhatsApp alegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não tem condições de revelar o conteúdo das conversas entre seus usuários. A afirmação foi feita nesta sexta-feira pelo cofundador da companhia, Brian Acton, durante audiência pública realizada no tribunal. O evento tem como objetivo discutir a legalidade dos bloqueios judiciais ao aplicativo e sobre a suspensão de serviços semelhantes. A audiência no Supremo reúne, além do WhatsApp, representantes do Facebook (que é dono do aplicativo), de entidades ligadas a tecnologia e instituições judiciais. O debate é motivado por duas ações no tribunal que questionam artigos do Marco Civil da Internet sobre bloqueio de serviços e a decisão do juiz Marcel Maia Montalvão, da cidade de Lagarto (SE), que tirou o aplicativo de mensagens do ar em todo país em 2 de maio de 2016.
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Temer pede ajuda a Alckmin
Preocupado com as intensas movimentações de parlamentares do PSDB, principalmente da ala mais jovem do partido, que prega o rompimento com o governo, o presidente Michel Temer vai ainda nesta sexta-feira 2 a São Paulo para uma reunião com o governador do estado, o tucano Geraldo Alckmin. Temer, que, na semana passada, havia se reunido com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente interino do partido, Tasso Jereissati, e ouviu deles apoio ao seu governo, viu crescer nesta semana a pressão de vários tucanos, o que chegou a levar Jereissati a agendar para terça-feira 6, mesmo dia do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma reunião para a tomada de decisão sobre romper ou não com o governo. Assim, o presidente foi aconselhado a marcar um jantar com Alckmin, o mais rápido possível, para que o governador de São Paulo tenha tempo, durante o fim de semana, de articular com seus correligionários o apoio à permanência no Planalto. É o que deve fazer nesta noite.
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Já deu certo
Em um jantar na noite de quinta 1o de maio com seis prefeitos tucanos do interior, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pediu que termine a rebelião de parte do PSDB paulista em relação ao mandato de Michel Temer.
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Os papéis de Temer
A Polícia Federal apreendeu em uma empresa do coronel João Baptista Lima documentos que reforçam sua ligação com o presidente Michel Temer. Em posse de Lima estavam papéis que tratam da campanha de Temer à Câmara dos Deputados de 2002 e da reforma da casa de uma filha do presidente. A empresa de Lima, a Argeplan Arquitetura e Engenharia, foi um dos alvos da Operação Patmos, porque dois delatores da J&F afirmaram em seus depoimentos que o coronel recebeu 1 milhão de reais durante a campanha de 2014, num acordo fechado entre Temer e Joesley Batista.
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“Duvido!”
Em entrevista à revista IstoÉ publicada nesta sexta, o presidente Michel Temer disse que duvida que seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures feche acordo de delação premiada, e também que o denuncie. “Acho que ele é uma pessoa decente. Eu duvido que ele faça uma delação. E duvido que ele vá me denunciar. Primeiro, porque não seria verdade. Segundo, conhecendo-o, acho difícil que ele faça isso”, disse.
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“PSDB não é Madame Bovary”
Nesta sexta-feira, o ministro das Relações Internacionais, Aloysio Nunes, encontrou-se com o secretário de Estado americano, Rex Tillerson. Nenhum assunto ambicioso foi tratado, apenas acordos menores, como a facilitação de comércio e cooperação na área de defesa e segurança. Nunes, no entanto, não conseguiu se esquivar de perguntas sobre a situação brasileira. Disse que “o PSDB tem compromissos com o governo e com o programa de governo, e o PSDB não é Madame Bovary”, referindo-se à personagem do francês Gustave Flaubert (1821-1880) que trai o marido e tem um trágico fim. Ele também disse que é ministro, então não cabe falar pelo partido sobre um possível desembarque do governo e que é solidário ao senador Aécio Neves, que também é investigado pelo Ministério Público Federal.