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Cabral lidera traição a Dilma, diz presidente do PT-RJ

Dissidência peemedebista, liderada pelo presidente regional do partido, é resposta ao lançamento da candidatura do petista Lindbergh Farias ao governo do estado


	Dilma Rousseff: o PMDB nacional aprovou aliança com margem apertada, de 59% dos votos a favor
 (AFP/Getty Images)

Dilma Rousseff: o PMDB nacional aprovou aliança com margem apertada, de 59% dos votos a favor (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2014 às 16h11.

Rio - Depois da votação em peso do PMDB do Rio de Janeiro contra a reedição da aliança pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, na convenção nacional do partido, o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, acusou o ex-governador Sérgio Cabral, o governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes de comandarem, nos bastidores, a dissidência peemedebista e o apoio ao candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves.

O PMDB nacional aprovou a aliança com margem apertada, de 59% dos votos a favor.

"A traição é orquestrada pelo Cabral, o Eduardo Paes e o Pezão. O Palácio Guanabara está no comando. Você não faz um evento com 60 prefeitos sem que o governador esteja no comando", afirmou Quaquá, citando o almoço que reuniu, na quinta-feira, 5, 1.600 líderes de partidos aliados de Pezão no lançamento da chapa "Aezão", que une Aécio e Pezão, candidato à reeleição.

"Os prefeitos não querem contrariar o governo do estado, mas muitos deles vão fazer a campanha da Dilma", completou o petista.

A dissidência peemedebista, liderada pelo presidente regional do partido, Jorge Picciani, é uma resposta ao lançamento da candidatura do senador petista Lindbergh Farias ao governo do estado, em oposição a Pezão.

O pré-candidato do PT acusa o governo Cabral de ter privilegiado a elite e esquecido os pobres.

"Eles (os peemedebistas) têm medo da candidatura do Lindbergh. O (ex-presidente) Lula fez um acordo para que Lindbergh não fosse candidato na eleição passada, o que foi cumprido. Mas não valia para esta eleição. O PT vai fazer campanha com muita força e, quando a Dilma voltar a subir nas pesquisas, eles vão ficar com a brocha na mão", diz Quaquá.

Cabral, Pezão e Paes prometem apoio à reeleição de Dilma, mas não têm agido para evitar o avanço do movimento "Aezão".

Eles culpam o PT-RJ pelo avanço da ala pró-Aécio.

Na convenção nacional, Paes fez um discurso em defesa da manutenção da aliança nacional com o PT, mas cobrou reciprocidade dos petistas do Rio.

Aliados do governador e do prefeito negam que eles estimulem a dissidência pró-Aécio, mas reclamam do comportamento do PT-RJ.

"Estou com Dilma, mas não aceito que o PT ataque o PMDB da maneira como tem feito", diz o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Melo.

Um dos políticos mais próximos do prefeito Eduardo Paes, o deputado Pedro Paulo, ex-chefe da Casa Civil do município, também reitera o apoio à reeleição de Dilma, mas diz que "está difícil" segurar a rebelião no PMDB.

"Votei pela manutenção da aliança com a presidente Dilma Rousseff, mas o recado está claro em relação à insatisfação do PMDB com o PT. Por mais que se fale da importância que a aliança com a presidente Dilma teve para o Rio, não tem eco na militância do partido. É difícil segurar a infantaria", afirma Pedro Paulo.

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