Brasil

Cabral diz que esquema de desvio de recursos da saúde envolvia religiosos

Ex-governador do Rio citou contratos com Organização Social Pró-Saúde, administrada por padres da Igreja Católica, e o cardeal D. Orani João Tempesta

Cabral: Nesta terça (26), ex-governador confessou recebimento de propinas (Valter Campanato/Agência Brasil)

Cabral: Nesta terça (26), ex-governador confessou recebimento de propinas (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 21h54.

Rio de Janeiro - O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (MDB), disse que o esquema de desvio de recursos na saúde pública do Rio também envolvia religiosos. Ele citou os contratos do Estado com a Organização Social Pró-Saúde, que é administrada por padres da Igreja Católica, e o cardeal D. Orani João Tempesta, arcebispo da Arquidiocese do Rio.

"Não tenho dúvida de que deve ter havido esquema de propina com a O.S. da Igreja Católica, da Pró-Saúde. O dom Orani devia ter interesse nisso, com todo respeito ao dom Orani, mas ele tinha interesse nisso. Tinha o dom Paulo, que era padre, e tinha interesse nisso. E o Sérgio Côrtes nomeou a pessoa que era o gestor do Hospital São Francisco. Essa Pró-Saúde certamente tinha esquema de recursos que envolvia religiosos. Não tenho a menor dúvida", afirmou.

Outro lado

Em nota, a Arquidiocese do Rio respondeu que a Igreja Católica no Rio de Janeiro e seu arcebispo "têm o único interesse que organizações sociais cumpram seus objetivos, na forma da lei, em vista do bem comum".

Procurada no início da noite, a Pró-Saúde não respondeu sobre o depoimento de Cabral e afirmou que só poderá falar na quarta-feira, 27,em horário comercial. A organização é uma das maiores entidades de gestão de serviços de saúde e administração hospitalar do País e tem sob sua responsabilidade mais de 2.068 leitos e cerca de 16 mil profissionais.

"A atuação da Pró-Saúde, entidade sem fins lucrativos, se alinha aos esforços da sociedade para o aperfeiçoamento dos serviços públicos de saúde. Como organização alicerçada na ética cristã e na vasta experiência católica de trabalho social, voltada aos mais diversos públicos, nas mais distintas realidades, a Pró-Saúde prima pela valorização da vida e pela defesa das condições essenciais para o desenvolvimento das pessoas", diz a organização, em seu site.

Acompanhe tudo sobre:Rio de JaneiroSaúdeSérgio Cabral

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022